Montagem mineira de sucesso internacional ganha versão ‘enxuta’

Elemara Duarte/Hoje em Dia
03/09/2014 às 08:17.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:03
 (Matheus Matta Machado/)

(Matheus Matta Machado/)

Um musical com quatro pessoas em cena. É pouca gente? A versão brasileira – mineira, mais especificamente – do musical “Colados, Uma Comédia Musical Diferente” quer provar que é o suficiente quando o assunto é teatro musicado. Em cartaz em Belo Horizonte neste fim de semana, no Cine Theatro Brasil, a peça é a tradução do texto “Pegados”, do espanhol Ferran Gonzáles, e é feita e dirigida por Orlando Orube. No palco, os atores: Beto Sorolli (“Chico”), Daniela Cassimiro (“Chica”), Suellen Ogando (enfermeira) e Robério Molinari (médico/Pianista).

A classificação mínima é 14 anos. E por quê? Porque o enredo fala de uma casal que se conheceu numa noitada, vai para um banheiro consumar o ato sexual e fica “conectado” pelos respectivos órgãos. Precisa explicar mais? Então, por precaução, entenda estes 14 como 18.

Aposta de Sucesso

As apresentações na capital estão sendo anunciadas como “estreia nacional”. Certamente confiante no sucesso que o musical conquistou “lá fora”. A peça também teve montagens no México, Argentina e Alemanha. Em algumas das praças chegou a ter mais de um elenco em turnê. “Em Barcelona, começaram em um teatro com 200 lugares. Sete meses depois, percorriam a Espanha com três elencos diferentes”, cita Orube. A partir daqui, “Colados” já tem agenda para seguir para o Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, entre outras capitais.

Estruturalmente, Orube acredita que, com este tipo de proposta enxuta, o gênero “musical” está se reinventando. “Mesmo sem o glamour dos grandes e caros musicais, mas com a graça e o bom gosto de comédias que divertem a todos”, afirma.

Ficção?

Orube sustenta que o caso dos dois jovens colados pelo sexo realmente aconteceu, entre 2008 e 2009, em Barcelona. Desde então, o fato correu o país espanhol. “Chico” e “Chica” vão ao hospital para resolver a “descolagem” e é a partir daí que Gonzáles transforma o “desastre” em uma “história de amor”.

É sobre uma maca que se passa a maior parte da peça. Os dois atores, seminus, de ventres sobrepostos, cantam, falam de suas vidas, se conhecem. Ou seja, fazem o que pelos modos “racionais” deveria ser feito antes que o “instinto” tome conta de tudo.

Os produtores da peça garantem que o texto original, com palavras mais “pesadas”, foi lapidado para que ficasse “sensual”, sem ser vulgar. “Vou ficar grudada com um colega uma peça inteira...”, preocupou-se a atriz Daniela Cassimiro, a “Chica”, quando conheceu o projeto. “Tem comédia, mas tem amor”, garante.

Tanto que a cena de sexo não é explícita. É entendida por meio de gemidos vindos detrás do jogo de cortinas. Mas está lá. E segue o aviso: se você entende que o sexo não combina com humor, não vá. Pode ficar um pouco desconfortável, mesmo nas poltronas fofas e novinhas em folha do Cine Theatro Brasil restaurado.

 

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