Paraty (RJ) - Tão logo o escritor francês Laurent Binet manifestou sua frustração com o fato de que havia subido à ponte do centro histórico de Paraty, ao meio-dia, e ali não havia chegado a manifestação dos pescadores, de dentro da tenda dos autores - onde ele estava - ouviram-se os gritos. Eram 16h30 quando cerca de 150 manifestantes bloquearam a passagem pelo rio Perequê, gritando pelos direitos dos condutores das embarcações, reforma do cais e também por investimentos em educação e segurança. Os protestos, discutidos e elogiados por escritores que participam da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), chegaram à cidade histórica. O curador do evento, Miguel Conde, acabou acompanhando os manifestantes de perto, e definiu a Flip como "também uma manifestação, uma manifestação pela literatura". Não foi a primeira vez que os moradores de Paraty foram às ruas. Depois de dois atos públicos, eles conseguiram a redução da passagem de ônibus de R$ 3,70 para R$ 3,40, mas não estão satisfeitos com valor. Pela manhã, os manisfestantes fecharam o cais de Paraty, impedindo os passeios contratados por turistas. A própria Flip não escapou dos protestos. A crítica evidente nos cartazes mostrava a disparidade entre o porte do evento internacional e a qualidade das escolas públicas da cidade. Moradores pediam que os jovens paratinenses participem das mesas de debate do evento. * Viajou a convite do Itaú Cultural