Mostra gratuita reúne em BH, até domingo, contadores do Brasil e do exterior

Jéssica Malta
01/10/2019 às 09:01.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:01
 (Babilon Arts/Divulgação)

(Babilon Arts/Divulgação)

Todo mundo já ouviu ou contou uma história pelo menos uma vez na vida. E é justamente essa atividade tão tradicional e cotidiana que ganha o destaque na “Candeia – Mostra Internacional de Narração Artística”, que chega à terceira edição e reúne, em Belo Horizonte e Sabará, diversos espetáculos gratuitos.

Os artistas, do Brasil e do exterior, têm a língua portuguesa como idioma materno. “Queríamos muito pensar como as histórias que ouvimos aqui são contadas em países como Portugal, Timor Leste e Moçambique”, diz Aline Cântia, diretora da mostra. 

Ela pontua que o foco na língua é também uma forma de aproximar o público da literatura em português. “Queríamos descobrir outros autores e narrativas além dos cânones que conhecemos, como (José Eduardo) Agualusa e (José) Saramago”, afirma. 

Para ela, a mostra tem um importante papel na valorização da contação de histórias como uma linguagem artística e também na preservação da tradição oral. “A narração é uma linguagem muito acessível. O mais legal é que você pode recontar depois as histórias que ouve. Você sai do teatro e não pode representar a peça que acabou de ver, mas com a história contada, é diferente”.

Programação

Com atividades gratuitas, a mostra coloca em cena as várias possibilidades da narração, incluindo espetáculos de contação de história, leituras de poesias e obras e até mesmo apresentações que misturam a palavra e a música. 
Essa mistura entre as duas linguagens o escritor, contador de histórias, ilustrador e ator pernambucano Luciano Pontes traz à capital. Abrindo a programação com o espetáculo “Brinquedos Orais”, o artista apresenta contos populares e autorais. Entre cada um deles, Pontes apresenta também uma canção.

“Esse espetáculo tem uma recuperação da minha própria memória, do meu repertório. Não há uma linha conceitual, mas todos os contos têm uma poética, um humor e uma interação com a plateia”.

Embora coloque em cena contos tradicionais como “A História de Cosme e Damião”, “A Velha debaixo da Cama” e “O Amor de Graça e Liano”, ele destaca que todos são contados a partir do próprio ponto de vista. “Há um processo de revisão, de reescrever esses contos. Trago esse olhar de onde eu venho. Sou do interior de Pernambuco, nasci em Orobó, e hoje moro em Recife.”

SERVIÇO
“CANDEIA – 3ª Mostra Internacional de Narração Artística” em Belo Horizonte, de hoje a domingo, no Sesc Palladium (Av. Augusto de Lima, 420 – Centro), na Biblioteca Infantil e Juvenil (Rua Guaicurus, 50 – Centro), no Centro Cultural Urucuia (Rua W3, 500 – Urucuia) e no Rancho da Cultura (Rua José Vaz Pedrosa, 360 – Pompéu em Sabará). Entrada gratuita

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