Museu Tate Modern de Londres homenageia a brasileira Mira Schendel

AFP
24/09/2013 às 16:28.
Atualizado em 20/11/2021 às 12:43

LONDRES - O museu Tate Modern de Londres recebe a partir desta quarta-feira (25), a primeira grande retrospectiva internacional da artista naturalizada brasileira Mira Schendel (1919-1988). A mostra é integrada por 270 pinturas, desenhos e esculturas de Schendel, conceituais em sua grande maioria.
    
"Schendel é uma das artistas latino-americanas do pós-guerra mais prolíficas e importantes. Junto a seus contemporâneos Lygia Clark e Hélio Oiticica, Schendel reinventou a linguagem do modernismo europeu no Brasil", explicou o museu londrino em um comunicado.
    
Schendel nasceu em 7 de junho de 1919 em Zurique e cresceu em Milão, onde estudou filosofia e arte. Apesar de ser educada no catolicismo, suas origens a impediram de seguir com seus estudos depois dos "decretos raciais" ou leis antissemíticas de Benito Mussolini.

Fugiu da perseguição fascista para a Iugoslávia, onde passou a Segunda Guerra Mundial e, acabado o conflito, voltou para Roma. Escapando da penúria econômica que reinava então na Europa, em 1949 pediu vistos para vários países da
América. O Brasil foi o primeiro a oferecê-lo.
    
Instalou-se em Porto Alegre e, depois, em São Paulo, onde se casou com Knut Schendel. "Comecei a pintar no Brasil.  A vida era muito dura, não havia dinheiro para tintas, mas conseguia comprar materiais baratos e pintava com uma louca. Era um tema de vida ou morte", explicou a artista em uma entrevista. Schendel morreu no Brasil e 24 de julho de 1988, aos 69 anos, por causa de um câncer de pulmão.
    
A exposição é resultado da colaboração entre a Pinacoteca estatal de São Paulo e a Tate Modern, e foi apresentada pela instituição londrina como a primeira mostra internacional integral da artista. A exposição poderá ser vista até 19 de janeiro de 2014.

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