Na grande tela, Natal surge apenas em filmes antigos no Cine Humberto Mauro

Paulo Henrique Silva
19/12/2014 às 08:42.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:26
 (FOX/DIVULGAÇÃO)

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Tanto pessimismo despejado durante o ano de 2014 deve ter espantado o espírito natalino nas salas de cinema comerciais. Uma passada de olhos na programação de filmes comprova que o bom velhinho foi completamente deixado de lado, quebrando uma tradição de histórias edificantes sobre generosidade e tolerância.

Mas não é motivo para os duendes ficarem preocupados e as renas estacionarem na garagem de Papai Noel. Afinal, se não há novos filmes em torno dessa temática, os antigos continuam celebrando o nascimento de Jesus. E das mais variadas formas, como mostra a seleção especial de Natal do Cine Humberto Mauro.

Cartaz entre hoje e domingo, “Férias de Natal” (1944), “Um Conto de Natal” (1951) e “Edward Mãos de Tesoura” (1990) são de diferentes épocas e estilos, mas carregam um olhar semelhante sobre a ação do destino, que surge como recompensa para alguns infortúnios vividos pelos protagonistas.

É o caso do tenente Mason (Dean Harrens) de “Férias de Natal”. Ávido por tirar licença durante os festejos e, enfim, se casar com a sua amada, ele recebendo a notícia de que ela se casou com outro. Mas não demora muito tempo até encontrar outra história triste, de uma cantora (Deanna Durbin) que vê seu marido (Gene Kelly) preso por assassinato.

Dirigido por Robert Siodmark, o filme é um drama noir transformado num grande flashback, em que a cantora relata o seu sofrimento após conhecer o que seria o homem de seus sonhos. A atmosfera sombria e a narrativa de mistério diferem “Férias de Natal” de qualquer outro filme natalino.

“Um Conto de Natal” é um clássico. Escrito por Charles Dickens, ganhou inúmeras versões no cinema – não passa uma década sem que a história do chefe sovina visitado por três fantasmas (passado, presente e futuro) ganhe uma releitura. A última delas lançada em 2009, com Jim Carrey. 

 

Filme de 1951 tem o melhor 'Scrooge' do cinema

A adaptação de “Um Conto de Natal” que será exibida no Cine Humberto Mauro é considerada a melhor de todas, apesar de o diretor Brian Desmond Hurst ter realizado várias mudanças no texto original de Charles Dickens.

Muito de seus louros está na interpretação magnética de Alastair Sim como Ebenezer Scrooge, um senhor que odeia tanto o Natal que manda seu funcionário trabalhar mesmo sabendo que ele tem um filho doente em casa.

Alastair não faz o tipo soturno, como aquele que Carrey imprimiu, ou divertido – um bom exemplo é Bill Murray em “Os Fantasmas Contra-Atacam”. Ele consegue ser, ao mesmo tempo, asqueroso e interessante.

O filme de Hurst está entre os 25 melhores filmes de Natal já produzidos, segundo levantamento do site Rotten Tomatoes, que analisa as críticas publicadas em vários veículos. O primeiro lugar ficou com “A Felicidade Não se Compra” (1946), de Frank Capra.

Nessa mesma listagem, dois filmes do gótico Tim Burton são lembrados – “O Estranho Mundo de Jack” (1993) e “Batman – O Retorno” (1992). Outra obra de sua lavra, “Edward Mãos de Tesoura” ficou de fora.

O que é mais interessante nesse trabalho, que marca a primeira dobradinha de Burton com o ator Johnny Depp, é a hipocrisia da sociedade que recebe Edward, um invento não terminado pelo seu criador e que é obrigado a usar mãos de tesoura, tornando-se uma excentricidade.

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