Nascido no apogeu do metal nacional, Acid Storm teve vida curta

Thiago Prata
01/10/2019 às 08:55.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:01
 (Reprodução capa)

(Reprodução capa)

Há 30 anos, o metal brasileiro vivia um período de ascensão, com reconhecimento no exterior e o nascimento de vários discos que, futuramente, ganhariam o status de clássicos, como os rebentos mineiros “Beneath the Remains”, do Sepultura, “Rotting”, do Sárcofago, e “You’re Really Big”, do Overdose, e os paulistas “Brasil”, do Ratos de Porão, e “Theatre of Fate”, do Viper. Neste celeiro de bandas do estilo, o Acid Storm despontava como um dos prodígios made in São Paulo.

Foi justamente em 1989, em meio a tantos petardos do metal tupiniquim, que o Acid Storm lançava o primeiro registro fonográfico, o EP “Why?... Dirty War”, três primaveras depois do batismo do grupo.

O disco deixava explícita a forte influência do thrash metal norte-americano, sobretudo da famosa região da bay area de São Francisco, onde despontaram bandas como Metallica, Exodus, Testament e Death Angel. Mas é possível também notar traços da velha guarda alemã – de Kreator, Destruction, Tankard e Sodom – e da brasileira.

O álbum serviu como cartão de visitas a um conjunto que possuía bons instrumentistas, mas que já vivenciava as primeiras mudanças de integrantes. Com uma nova formação, incluindo um novo vocalista – Robson Goulart cedeu a vaga para Mario Pastore –, o Acid Storm deu mais um passo importante – e definitivo – na trajetória, com o lançamento de “Biotronic Genesis” (1991), o segundo álbum, primeiro LP completo.

Assim como o antecessor, “Biotronic” foi gravado no lendário J.G. Studios, em Belo Horizonte, e tem letras calcadas na ficção científica, baseadas em obras de Arthur Clarke e Isaac Asimov. Musicalmente, esbanja uma banda mais sólida e consistente. Porém, o destino conspirou contra o grupo, que ainda gravou algumas demos, mas findou os trabalhos pouco tempo depois. Alguns integrantes, como Pastore, que viria a investir numa carreira solo e em outros projetos, prosseguiram na música. Apesar de curta, a carreira do Acid Storm rendeu dois clássicos. 

A capa do disco conceitual “Biotronic Genesis” foi inspirada na Capela Sistina, de Michelangelo, só que, em vez de tocar a mão de Deus, o homem tocava uma máquina.


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