Netflix concorre ao Oscar com a produção original 'Roma'; filme é um dos favoritos

Paulo Henrique Silva
23/01/2019 às 07:00.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:10
 (Divulgação)

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Os ganhadores só serão conhecidos em 24 de fevereiro, mas o Oscar 2019 já entra para a história da premiação por diversos motivos. O primeiro (e talvez o mais importante), como divisor de águas na relação com o streaming, agora finalmente considerado parte da indústria cinematográfica após “Roma” e “A Balada de Buster Scruggs”, produções originais da Netflix, arrebatarem dez e três indicações, respectivamente.

“Roma” é o filme com o maior número de nomeações, ao lado de “A Favorita”. Não só representa uma vitória para o streaming como também para a produção estrangeira –o longa foi feito no México e é falado em espanhol e mixteco (dialeto indígena). Iguala o feito do taiwanês “O Tigre e o Dragão”, que, em 2001, também foi considerado em dez categorias do Oscar. 

Diferentemente do filme de Ang Lee, “Roma” surge com maior fôlego e pode emplacar o principal prêmio da noite. A última vez que uma produção estrangeira conquistou a estatueta foi “O Artista”, em 2012. O filme francês, curiosamente, foi rodado em preto e branco, como “Roma”.

Entre os cinéfilos, cresce a expectativa para que o filme do mexicano Alfonso Cuarón fique com o grande prêmio e o polonês “Guerra Fria”, de Pawel Pawlikowski, leve o Oscar de melhor obra em língua não-inglesa. “Guerra Fria” foi grata surpresa na lista, recebendo indicações também para direção e fotografia.

México em alta

Na categoria de direção, o predomínio é de cineastas estrangeiros. Além de Cuarón e Pawlikowski, concorre o grego Yorgos Lanthimos, de “A Favorita”. Os outros competidores são Adam McKay (“Vice”) e Spike Lee (“Infiltrado na Klan”). Se Cuarón faturar (ele já ganhou em 2014, por “Gravidade”), será o quinto mexicano, em seis anos, a levar o troféu para casa.

Os mexicanos também têm outras duas razões para comemorar: as indicações de Yalitza Aparicio e de Marina de Tavira, ambas de “Roma”, nas categorias de atriz e atriz coadjuvante. A marca de Yalitza, de origem indígena, é surpreendente, pois antes dela só Salma Hayek foi lembrada entre as cinco melhores, por “Frida”, em 2003. 

Se contabilizarmos atrizes da América Latina, a protagonista de “Roma” é a quarta indicada, após Salma, a brasileira Fernanda Montenegro (por “Central do Brasil”, em 1999) e a colombiana Catalina Sandino Moreno (“Maria Cheia de Graça”, em 2005). Entre as atrizes coadjuvantes, somente uma mexicana venceu:Lupita Nyong’o.

Outra turma que já pode comemorar é a dos fãs de super-heróis. Com “Pantera Negra”, é a primeira vez que um filme do gênero aparece na categoria principal. Não deve ganhar, mas a produção da Marvel/Disney disputa com mais chances em outras seis categorias.Editoria de Arte

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