Nova série da Netflix mergulha na rotina das penitenciárias

Paulo Henrique Silva
10/10/2019 às 10:05.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:09
 (NETFLIX/DIVULGAÇÃO)

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SÃO PAULO – Seu Jorge teve uma “epifania” durante as filmagens da série “Irmandade” num presídio em Curitiba. “Estávamos numa ala desativada, mas os presos nos assistiam (das janelas). E gritavam ‘Representa nois’”, registra o ator, durante coletiva de lançamento da série nacional da Netflix, ontem (9), em São Paulo. A série de oito episódios, feita em parceria com a produtora paulista O2, será disponibilizada na plataforma de streaming a partir do dia 25. Seu Jorge faz um líder de uma facção criminosa no presídio, a Irmandade. Mas é a partir da irmã do personagem, uma advogada que tenta ajudá-lo, que a narrativa se desenrola. Seu Jorge observa que o período que passou filmando no presídio foi importante para pensar o valor da liberdade. Quando o ator Pedro Wagner destacou a sensação de alívio a sair do local após fazer as cenas, Seu Jorge emendou que esse sentimento se devia à privação de liberdade que presenciaram. “Passamos a entender o quão valioso é poder ir e vir”, destaca. Os próprios presos serviram como inspiração para o ator. “Compor o Edson não foi fácil. Tive que entender todo aquele universo, aquela linguagem. Não sabia como era o sistema carcerário e ele é de São Paulo (Seu Jorge é carioca). O Mano Brown (do Racionais MCs) falava que eu tinha que pegar a prosódia... Tudo foi muito intenso”. Criador da série, o que nos Estados Unidos chamam de showrunner – responsável por todas as etapas do projeto, do roteiro à finalização –, Pedro Morelli explica que a parceria da produtora O2 com a Netflix surgiu há dois anos. “A Netflix nos procurou com alguns temas que gostaria de tratar, e o que mais me atraiu foi a questão da facção criminosa, passando a desenvolver a história”, registra. Morelli conta que buscou uma abordagem diferente, que não trouxesse o ponto de vista do policial ou do líder da facção. “Resolvemos contar esta história a partir da ótica da mulher, de alguém que poderia estar dentro e fora da prisão”, explica. É justamente por isso que a série é passada em 1994, “antes do telefone celular, já que as mulheres, naquela época, tinham um papel importante, levando mensagens para dentro da prisão”. Fatos históricos como a conquista do tetracampeonato na Copa do Mundo e a morte de Ayrton Senna são aproveitados na trama. (*) O repórter viajou a convite da Netflix Leia mais:Seu Jorge e Naruna Costa lançam 'Irmandade', nova série da Netflix que estreia neste mês

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