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“O Rei Leão” foi o primeiro filme visto por Arthur, hoje com 4 anos. “O primeiro que viu inteiro. Mas não foi pensado para ser assim. Só quis colocar a abertura porque tem todos aqueles bichos que ele gostava”, lembra o pai e jornalista Renato Félix, que tinha 20 anos quando viu a animação da Disney nos cinemas, em 1994.
O remake, cartaz a partir de hoje nos cinemas, substitui a animação pela computação gráfica realista e leva a uma inevitável comparação com a produção de 25 anos atrás. Félix não tem dúvidas de que o filme mais recente “já sai meio que perdendo”, principalmente por não repetir a “liberdade de expressão que a animação cartunesca dá”.
O jornalista observa que personagens expressivos como Timão e Pumba não conseguirão repetir as mesmas caras e movimentos dos originais. Limitação que também prejudica a caracterização do Gênio em “Aladdin” e das pessoas transformadas em objetos em “A Bela e a Fera”, que também nasceram como animações e ganharam versões em live action.
O novo “O Rei Leão” tem vozes, no original, de Beyoncé, Donald Glover, Seth Rogen e Chiwetel Ejiofor. Na versão brasileira, Iza e Ícaro Silva dublam Nala e Simba, respectivamente.
Traição
A história do novo “O Rei Leão”, dirigido por Jon Favreau, é a mesma do filme de 1994, sem tirar nem pôr, ao acompanhar as desventuras do pequeno Simba, que vê o assassinato do pai e rei pelo tio Scar. Ele é mandado para fora do reino e fará uma longa jornada até resolver reclamar o lugar a que tem direito nas planícies da savana africana.
“Muita gente no meio usa a expressão ‘atualizar para as novas gerações’. Não sei se há necessidade disso, sobretudo com ‘O Rei Leão’. Acho que a animação tem e continuará tendo a força de ser ‘O Rei Leão’ também para uma nova geração e para as que vierem”, assinala Félix.
No filme original, lembra ele, a Disney experimentava usar um pouco de drama e elaborar mais as cenas musicais. “Talvez tenha por isso se comunicado mais com as audiências adultas também. E a técnica da animação é uma coisa deslumbrante. ‘Circle of Life’ é para entrar em qualquer lista de melhores cenas de abertura da história do cinema”, analisa.
E um bom exemplo de como o filme de 1994 ainda seduz plateias é Arthur. Félix destaca que, no mês passado, estava viajando de carro pelo sertão da Paraíba e, na estrada, o filho apontou para um monte com uma pedra pontuda. “Olha, papai, a pedra do ‘Rei Leão’”, afirmou.
“E já o flagrei colocando um bonequinho de leão sobre cubos empilhados, enfileirando os outros animais de brinquedo embaixo, recriando assim a cena da abertura. Tinha ovelha, gato, cachorro... Era uma África bem diversificada”, diverte-se Félix.