O eterno tema do amor entra na rede como conteúdo de site e do Facebook

Clarissa Carvalhaes - Hoje em Dia
03/06/2013 às 08:37.
Atualizado em 20/11/2021 às 18:46

Ah, o amor! Esse pequeno amontoado de quatro letrinhas que tira o sono do mais duro e frio mortal, levando-o do céu ao inferno – e vice-versa, felizmente.

Às vésperas do Dia dos Namorados é praticamente impossível evitar as explícitas declarações de amor que saltam na TV, nos anúncios no jornal, nas propagandas no rádio e até nas redes sociais – subitamente você descobre que várias pessoas estão deixando a solteirice para assumir o status "relacionamento sério".

Mas o mundo não é tão cor-de-rosa e os "foras" no amor existem diariamente. "O bom é que ninguém está imune. Afinal, quem nunca ficou no vácuo do amor?", brinca a professora de artes e jornalista Mariana Lage.

"E agora?"

Há dois meses, ao lado da amiga Carolina Borges, Mariana revirou e-mails e encontrou cartas de amor não respondidas. "Todos nós já levamos um fora ou ficamos sem resposta – carregamos aquela sensação horrível do 'e agora?'".

Enquanto vasculhavam seus relicários, as garotas tiveram uma ideia: criar uma página na internet que funcionasse como um divã coletivo – nascia o https://www.facebook.com/pages/No-V%C3%A1cuo-do-Amor/440257502723902?fref=ts.

"Já na primeira semana recebemos cartas fofas de dezenas de amigos e pessoas que nunca tínhamos visto, mas que também tinham ficado no vácuo. Ficamos tocadas com todas elas, é quase um choro coletivo", brinca Mariana.

Para o próximo dia 12, a dupla garante um conforto para os corações partidos. "Ainda estamos planejando, mas certamente nossos seguidores não ficarão no vácuo".

Mais amor

Em São Paulo, a escritora Juliana Amato também encontrou nas letras a forma de alívio.

Depois de um término de namoro, encontrou-se tão angustiada que passou a escrever em todos os cantos, em cadernetas e guardanapos, o sentimento de perda do amor – e também de si mesma.

Dos dias nublados que se estenderam por meses, ela acabou criando um relato aleatório de sentimentos. "São textos fragmentados porque era assim que eu estava", diz.

Ao ler os versos da amiga, a fotógrafa Thany Sanches, enxergou no desabafo a oportunidade de publicar tudo aquilo na internet. Foi então que surgiu "Diário Aleatório" – um compilado de textos de Juliana interpretados pela fotografia de Thany.

Ao visitar o site, o internauta encontra um portal que se assemelha a um caderno e que só pode ser visto página por página. O resultado tem dado bons frutos. Além dos muitos acessos, já existem convites para "Diário..." transformar-se em exposição. Uma prova de que o amor sempre vale a pena.

Um coração partido e uma exposição

Quando tinha 13 anos, a artista visual Camila Buzelin chorou ao falar sobre os fracassos no amor. Hoje, casada, ela constata que até o relacionamento que dura toda uma vida tem momentos de fracasso.

Expert em criar intervenções nos dias 12 de junho, ela prepara para este ano outra surpresa, intitulada "Príncipe de Melhores Horas".

"Vou reservar uma mesa para dois em um restaurante, pedir um vinho e duas taças, mas estarei só, brindando com um ser inexistente", revela.

A proposta da artista é mostrar a preocupação de muitas pessoas em estampar felicidade, quando na verdade estão fracassadas. "As redes sociais são um retrato claro disso".

Já a Galeria de Arte da Assembleia recebe a partir desta segunda-feira (3) mostra "É Só uma Carta de Amor", do MOB Coletivo de Artistas.

Nela, os visitantes podem escrever cartas, deixá-las na exposição e pegar aquelas já deixadas por outras pessoas.

A pretensão do coletivo é questionar se vale mesmo a pena vivenciar tudo tão rápido e perder o olhar atencioso em relação àquilo que realmente nos faz bem.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por