O poeta Ricardo Aleixo é o convidado do projeto "Ofício da Palavra"

Pedro Artur - Hoje em Dia
23/09/2014 às 07:44.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:18
 (Paulo Filho)

(Paulo Filho)

A palavra poética é forte e livre. É com esse espírito e mote que o poeta, performer, músico, produtor cultural, artista plástico e editor Ricardo Aleixo pretende falar ao público que comparecer nesta terça-feira (23), a partir das 19h30, ao projeto “Ofício da Palavra”, no Museu de Artes e Ofícios (MAO, praça Rui Barbosa, s/nº).

Ele – que faz uma integração da poesia a outras formas de artes, como teatro, dança e música – diz estar aberto à participação do público, logo mais. Sem travas. “A menos que seja (convidado a falar sobre) um tema fechado, prefiro abrir para o que as conversas sugerem. Porque defendo – ao contrário de muita gente que estuda e pratica a poesia – que a arte da palavra está escrita no mundo. ‘Coisas do mundo minha nega’, como diz Paulinho da Viola.
Não é arte de museu, etérea. Pertence, sim, ao mundo, e todo assunto humano pode ser tocado por ela. Não escapo de nenhum”, avisa o poeta, que pode surpreender com uma performance no encontro, que terá a curadoria do jornalista José Eduardo Gonçalves.

Amor pela palavra

Ricardo Aleixo se sente à vontade para falar do que mais gosta, a poesia. E manda recado aos que a consideram “um gênero maldito”. “Não vou concordar com essa premissa. Vivo uma realidade completamente outra. Circulo muito por vários estados, e por outros países, e percebo que isso é o que a indústria cultural diz e a mídia repete. Mas existe um amor pela palavra muito grande, e também público. Agora, claro, não vai ter, por exemplo, o público da música de consumo – é como música de concerto que não terá nunca um público massivo, mas sim fiel”.

O poeta assegura que há, hoje, um público muito interessado, que acompanha as novidades do mercado editorial em relação à poesia. “Essa abertura para a publicação de poetas estrangeiros traduzidos para o português cresceu com relação ao mundo hispânico, chinês. Encontrei, em um festival em Tiradentes, com poetas da Ucrânia, dos Estados Unidos”. E pontifica: “É importante reverter a imagem da poesia como arte secundária pela qual ninguém se interessa”.

Novos projetos

A palavra move esse poeta mineiro. Por conta disso, são inúmeros os projetos para o restante deste 2014 – e para o ano que vem. Nesta sexta, 26, Ricardo fala de seu processo criativo no Instituto Yoruba. Depois, segue por várias capitais – entre elas, Salvador e São Luís – com a performance poética “Música para Modelos Vivos Movidos na Moeda”, uma brincadeira poética sobre a sociedade de consumo.

E como a alma do poeta não é pequena (é inquieta), Ricardo Aleixo está prestes a lançar seu mais novo rebento, o livro “Impossível Como Nunca Ter Tido um Rosto”, provavelmente em novembro.

Além disso, ele já trabalha em outros livros para o próximo ano. Um deles será o de entrevistas que deu ao longo de 30 anos.

AML na ‘Primavera dos Museus’

A Academia Mineira de Letras (rua da Bahia, 1.466), em parceria com o Museu Nacional da Poesia, participa da 8ª “Primavera dos Museus”, com atividades gratuitas. Nesta terça-feira (23), às 19h, acontece o lançamento do livro de poesia “Dez Violinos Marinhos e uma Guitarra de Sal”, de Sandra Fonseca. Na quinta, das 19 às 21h, haverá palestra em homenagem ao centenário do poeta Octavio Paz, com a participação das mineiras Regina Mello, Ângela Vieira Campos e Sandra Fonseca e da paulistana Olga Valeska.




 

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