O que queremos para o mundo?

Paulo Henrique Silva
25/01/2016 às 11:03.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:09
 (Leo Lara/Divulgação)

(Leo Lara/Divulgação)

TIRADENTES – “O que Queremos para o Mundo?” não é um filme religioso ou metafísico, mas a gênese do trabalho – apresentando pela primeira vez ao público na manhã de ontem, na 19ª Mostra de Cinema de Tiradentes - está na comprovação de uma geração muito especial, nascida a partir da década de 1990, chamadas de crianças “índigo” e “cristal”.

Elas estão representadas no filme, dirigido por Igor Amin, por três amigas que estudaram no Instituto Libertas, no Mangabeiras, e que protagonizam a história de um grupo de adolescentes que vence as suas diferenças pelo bem comum. Olívia Blanc, Sofia Sgarbi, ambas de 15 aos, e Milena Mègre, 17, carregam muitas das características de suas personagens.

“Gosto de ajudar”, compara Olívia. “Eu sou uma espécie de psicóloga dos amigos”, avisa Milene. “Eu já sou mais exagerada, com uma personalidade forte”, diverte-se Luana. O que é mais curioso nessa produção infanto-juvenil é que muito da vivência delas são apropriadas no roteiro e no próprio fazer, como se fosse um espelho de suas atrizes.

Não só a amizade de anos e as características particulares serviram à história escrita por Vinícius Cabral como também elas participaram dos mesmos desafios de suas personagens, aprendendo a fazer a música, num processo cocriativo que gerou várias oficinas, iniciadas na Mostra de Tiradentes, há dois anos.

Crescimento

Na verdade, Olívia e Luana já tiveram uma banda na escola, a Band-Eight, mais como uma brincadeira de crianças. O trabalho em torno da composição de “Polifonia Amor” foi levado bem a sério, mas nada que fizesse mudar os planos de vida do trio. Apenas Luana gostaria de entrar na área de música. Atriz, então, nem pensar.

“O projeto é maior que o filme e foi essa proposta que mexeu com a gente”, observa Olívia. Milena se diz tímida e confessa que atuar foi difícil, mas é a primeira a enaltecer o seu crescimento pessoal. Todas saíram mudadas interiormente com o projeto, o que Igor percebe como uma qualidade das crianças “índigo” e “cristal”.

O diretor registra que elas já têm definido o seu papel desde os nove anos de idade. “Foi uma experiência muito processual, buscando essa conscientização externa do que queremos para o mundo, mas ao mesmo tempo falando daquilo que está dentro da gente. Por isso elas não poderiam ser atrizes profissionais”.
 

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