Ocupação cultural deixa Funarte com cara de quermesse

Pedro Artur - Hoje em Dia
09/07/2014 às 07:59.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:19
 (Daniel Carneiro)

(Daniel Carneiro)

Belo Horizonte tem “um quê” de cidade do interior, principalmente de maio a julho, com as quermesses, suas barraquinhas e iguarias. E tudo isso pode transbordar em arte contemporânea, num caldo cultural com os mais diversos elementos da culinária, música e performances. É o caso do projeto “De Banda para a Arte”, que acontece nesta quinta-feira (10), na Funarte.   Uma das ações será do coletivo Indigestão, com a performance “Monster Sonhos 4000”, que mescla audiovisual e cozinha. “É uma produção de iguarias que vamos disponibilizar ao público. Porém, trabalhamos com a ideia absurda dessas iguarias. Pois os alimentos são produzidos com proteínas para academias, mas têm efeito contrário, já que fazem as pessoas ficarem mais gordas”, brinca Rafael Perpétuo, do coletivo Indigestão, que lembra que esse projeto resgata uma das poucas coisas que restou de uma BH “pequena”: “São as barracas, as quermesses, as bandinhas”, ressalta.   Realizado pelo CEIA – Centro de Experimentação e Informação de Arte, o “De Banda para a Arte” começa com um convite para um desafio para três bandas civis de música – a Filarmônica 1º de Maio, a Corporação Musical União Operária e Banda Sociedade Musical Carlos Gomes (fundada um ano antes de BH). O artista plástico Guilherme Morais será o mestre de cerimônias desse “concerto desafio”. Em volta serão montadas cinco tendas com artistas apresentando seus trabalhos. E a comida como norte para as performances.   O curador do projeto, Marcos Hill, professor dos cursos de graduação e pós graduação da Escola de Belas Artes da UFMG, diz que a iniciativa pretende realizar uma desconstrução da espetacularização da Copa do Mundo pela Fifa.    “Foi um convite que a Funarte fez à CEIA para, durante os jogos da Copa, propor uma programação diferenciada, com o foco na cultura e na arte. E que de alguma maneira desconstruísse a espetacularização da Fifa, que esquece um pouco a dimensão humana, afetiva. A Fifa proibiu as festas juninas nas ruas das cidades onde aconteciam os jogos”, observa Hill que, junto com o performer Marco Paulo Rolla, criou a CEIA, em 2000.    “De Banda Para a Arte” – Nesta quinta-feira (10), das 19 às 22h, na Funarte (rua Januária, 68, Floresta). Entrada gratuita     Confira o que está programado   Shows – Sociedade Musical Carlos Gomes, Corporação Musical União Operária e Filarmônica 1º de Maio Tenda 1 – Marc Davi é artista plástico, performer e cantor erudito Tenda 2 – Agnes Farkasvolgyi, artista plástica e chef Tenda 3 – Thereza Portes, artista plástica, educadora e coordenadora do Instituto Undió Tenda 4 – Monster Sonhos 4000, do grupo Indigestão Tenda 5 – Desenho (vários artistas)

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por