Orquestra Musicoop realiza concerto dedicado ao fagote, instrumento pouco conhecido do público

Da Redação
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16/06/2021 às 15:52.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:11
 (RAFAEL MOTTA/DIVULGAÇÃO)

(RAFAEL MOTTA/DIVULGAÇÃO)

A Orquestra Sesiminas Musicoop segue, nesta quarta (16), a partir das 20h, com as comemorações de 35 anos de história com o concerto “O Fagote em dois tempos”, que integra a programação da série "Sempre às Quartas". No repertório, composições de Vivaldi e Villa-Lobos. A transmissão será pelo canal da orquestra no YouTube.

O regente e diretor artístico Felipe Magalhães explica que o fagote se estabelece no período barroco como um instrumento de sopro bastante utilizado em orquestras, mas que ainda é pouco conhecido do público em geral.

O maestro conta que, durante o concerto, o público poderá ouvir a sonoridade do instrumento em duas obras de períodos e estilos bem distintos. “Em Vivaldi, o fagote é utilizado de maneira mais tradicional, na região grave. Já em Villa-Lobos, obra moderna, há uma exploração mais versátil do instrumento, experimentando também sua tessitura aguda e menos usual. Em ambos os casos, explora-se bastante a agilidade característica do instrumento".

Dedicada a Antonio Lucio Vivaldi (1678-1741), a primeira parte do concerto abre com “Sinfonia ao Santo Sepulcro”, obra barroca composta em dois movimentos para cordas. Para Magalhães, “a sinfonia é uma peça de audácia harmônica que surpreende. O primeiro movimento (Adagio Molto) começa com um prelúdio lento, com passagens harmônicas tensas e pouco comuns. O segundo (Allegro ma poco) é um movimento polifônico com fuga dupla. Vivaldi escreve dois temas musicais que caminham juntos e se cruzam dando a ideia de cruz, remetendo ao título da obra”.

A peça seguinte é “Concerto para Fagote em mi menor”, um dos 37 concertos para fagote compostos por Vivaldi. O artista italiano foi um dos expoentes do gênero concertante, com mais de 300 escritos. “O Concerto é um tipo de composição musical que coloca em oposição um ou mais solistas à frente da massa orquestral. Ele surge no período barroco e se desenvolve com Vivaldi, sobretudo, a partir do início do século XVIII”, explica Magalhães. A obra conta com solo de Francisco Silva, fagotista da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, que será acompanhado por cordas e teclado.

O Prelúdio das “Bachianas Brasileiras nº 4” de Heitor Villa-Lobos (1887–1959) inaugura a segunda parte do concerto. As Bachianas, escritas entre 1930 e 1945, formam uma série de nove obras que combinam elementos do folclore brasileiro com a técnica composicional de Johann Sebastian Bach - compositor preferido de Villa. “As Bachianas nº 4 foram pensadas originalmente para piano. O próprio Villa-Lobos orquestrou mais tarde para cordas. É uma peça muito bonita, melodia expressiva. Consegue ser tão bachiana quanto brasileira”, afirma.

A "Ciranda das Sete Notas" foi escrita por Villa-Lobos, em 1933, para fagote e cordas, e é dedicada à Mindinha, segunda esposa do compositor. Com acompanhamento de orquestra de cordas, a obra permite uma exibição tranquila e completa por parte do solista, sem os receios causados pelo volume sonoro da Orquestra Sinfônica. “Villa escreveu uma peça explorando ao máximo as capacidades técnicas e sonoras do fagote”. A peça traz solo do fagotista Victor de Morais, da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.

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