Os adotados por amor ao circo

Elemara Duarte - Hoje em Dia
30/03/2014 às 07:43.
Atualizado em 18/11/2021 às 01:50
 (Marcelo Prates - Hoje em Dia)

(Marcelo Prates - Hoje em Dia)

Ela reinou absoluta na televisão mineira durante toda a década de 80 – e nos picadeiros, também. Dulce Mello Rosa, aposentada, prestes a completar 78 anos, em abril próximo, a “Tia Dulce” não nasceu em circo, nem tem família da área, mas foi “adotada” pelas companhias circenses mineiras. A história será contada na biografia sobre a apresentadora intitulada “Maçã de Natal”, juntamente com peça teatral, ambos em produção, com previsão de lançamento no ano que vem. Este é o tema da última reportagem da série “O Circo em Minas: Os Resistentes do Picadeiro”.   Trata-se de um kit comemorativo aos 80 anos da “rainha” do “Clubinho da Tia Dulce”, que ficou no ar de 1979 a 1990, com transmissão pela TV Alterosa. Segundo ela, um grupo de produtores culturais da capital está captando recursos para a fazer o livro e o espetáculo. Obviamente, no material terá histórias de circo em boa parte. “Fiz mais de mil espetáculos circenses”, calcula Tia Dulce, que tem um filho de 48 anos e uma neta de 19.    Há 20 anos a apresentadora deu lugar para o posto de assessoria parlamentar, em atividade na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Pelos corredores da casa, nada de cerimônias. Ela é a “Tia Dulce” para todos.   Meio a meio A ligação com o circo começou com o programa. Os circos eram convidados a mostrarem atrações na TV e, por sua vez, a apresentadora, era chamada para dar o ar da graça nos circos. Cachê não havia. Como assim? “Dividíamos a bilheteria. Metade para o dono do circo, metade para mim e minha equipe”, lembra ela, que é natural de Nova Lima.   No gabinete, ela guarda algumas lembranças da época. Entre elas, um disco de vinil compacto com o hino do Clubinho (“Tia Dulce no comando,/ Rapadura e Bituchinha,/ bem feliz e sorridente./ Corações abertos para alegria/ Esperam por nós todo dia”). Na capa, Tia Dulce com seu tradicional macacão está num cenário, como era de se esperar, um circo.   “Circo dos Irmãos Simões, Circo do Moisés e Transbrasil, comandado pelo Palhaço Cheiroso e família. De oito a dez famílias percorriam o entorno de Belo Horizonte”, lembra e calcula Tia Dulce. No programa dela, diz, era anunciado gratuitamente onde os circos estavam em Minas Gerais.    Tia Dulce, hoje, é madrinha de filhos de circenses, consideração fruto desta proximidade. “Com o fim do programa, ainda fiquei durante dois anos fazendo shows em circos”, recorda.   A ex-apresentadora lembra que artistas conhecidos nacionalmente como Sérgio Reis, Os Trapalhões e várias duplas sertanejas consolidaram suas carreiras assim como ela, indo “onde o povo está”, ou seja, aos circos.

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