Ouro Preto recebe maratona literária

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
04/11/2015 às 07:13.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:19
 (Eduardo Trópia)

(Eduardo Trópia)

Questões que estão na pauta do dia – como o drama dos refugiados – dividem democraticamente espaço com questões que sempre estiveram no topo das discussões do Fórum das Letras de Ouro Preto, que abre nesta quarta (4) sua mais nova edição. Até o dia 8, quem acorrer à cidade histórica vai poder desfrutar de cerca de 40 sessões, entre debates, workshops e intervenções artísticas, com a participação de mais de 80 autores de nacionalidades diversas, além de uma homenagem e exposição em memória do escritor Graciliano Ramos.

Norteado pelo instigante mote “Diversidade Cultural e Liberdade de Expressão”, o evento, realização da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), é totalmente gratuito. Em meio aos arremates de praxe, a idealizadora e coordenadora do evento, a escritora Guiomar de Grammont, reconhece que foi difícil realizar a nova edição, diante do recrudescimento da crise que se abateu sobre o país. “Mas estamos conseguindo e, mais importante, trazendo autores incríveis”, diz ela, antes de citar algumas das atrações.

Caso das reservadas para a grande abertura, com direito à citada homenagem a Graciliano Ramos. No Cine Vila Rica, a ensaísta Elizabeth Ramos e o autor Ricardo Ramos, netos do alagoano, participarão do debate “Graciliano Ramos e a Liberdade de Expressão”, juntamente a Wander Melo Miranda e Audálio Dantas.

“Também haverá a abertura de uma exposição sobre Graciliano, com manuscritos”, diz, referindo-se a “A Palavra foi Feita Para Dizer”. Dividida em dois temas, a mostra, na Casa dos Contos, contará, ainda, com vídeos, fotos, capas que narram a história do autor de “Vidas Secas”, um dos clássicos da literatura nacional. A visitação é gratuita.
A voz de Guiomar de Grammont vibra ao falar de uma iniciativa que teve seu embrião na edição passada do evento: “Vamos receber o lançamento do livro ‘Quem Manda Aqui?’, de política para crianças, feito a partir de oficinas realizadas aqui, no Fórum das Letras, ano passado”.

A idealizadora do evento também lembra que vários ganhadores do Prêmio Jabuti – como Míriam Leitão, Audália Dantas e Marcelino Freire – estarão lá, assim como Roger Melo, vencedor do Prêmio Hans Christian Andersen (2014), considerado um Nobel da literatura infantojuvenil.

Entre os nomes que “estreiam” no Fórum, ela cita Betty Mindlin e Conceição Evaristo. Já Laerte é presença sempre festejada. Outro que deve atrair os holofotes é o filósofo Wladimir Safatle, que lança o já celebrado “O Circuito dos Afetos”.

Entre as presenças internacionais, o Fórum das Letras recebe John Dinges (EUA), José Luís Peixoto (Portugal) e Lopito Feijóo (Angola). E, claro, Guiomar também cita a abertura da primeira residência para autores perseguidos da América Latina, que receberá o etíope Girma Fantaye.

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