'Outra Razão': Gabi Doti atinge novo patamar artístico em seu terceiro álbum de estúdio

Thiago Prata
@ThiagoPrata7
11/06/2020 às 12:23.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:45
 (João P. Teles/Divulgação)

(João P. Teles/Divulgação)

Em 2018, após um encontro com Moogie Canazio – reconhecido pelos trabalhos ao lado de Maria Bethânia, João Gilberto, Caetano Veloso e Sandy & Júnior –, Gabi Doti já sabia que seu próximo disco seria gravado nos Estados Unidos, onde o produtor reside. No ano seguinte, desafiou a si mesma. “Em 1° de janeiro, me propus a compor, no mínimo, duas músicas por semana”, conta ela. “Das 31 que acabei fazendo, 15 ganharam arranjos, e dez foram para o álbum”, complementa, a respeito do processo que culminou, em 2020, no lançamento de seu terceiro rebento de estúdio, “Outra Razão”.

Neste mais recente trabalho, o “mais maduro” de sua carreira até aqui, como ela mesmo define, Gabi alia camadas líricas de sarcasmo, atos bastante emotivos e temas detentores de uma aura solar a sonoridades das mais variadas, de pop, música brasileira, R&B, jazz e ritmos latinos. Características que já faziam parte de seu repertório musical, mas que alcançaram novos patamares desta vez.

“Queria me desafiar musicalmente neste projeto, escrutinar mais as canções, fazer um trabalho de composição mais apurado. Depois, mergulhei nos arranjos, juntamente com o (músico) Daniel Baker e o Moogie. Eram seis mãos para fazer o arranjo geral do disco (risos)”, enfatiza a compositora.

“Cada canção é sobre um aspecto, um olhar diferente, uma perspectiva de olhar para o mundo. A primeira (“Verdade ou Mentira”) fala muito da questão da honestidade e da situação em que vivemos hoje em dia no Brasil, principalmente, e no mundo”, completa.

Nascida em Montevidéu, no Uruguai, Gabi se mudou, ainda pequena, para Porto Alegre, mas foi em Brasília que passou a dar ambiciosos passos na carreira e a consumir música de várias partes do mundo. Tantas referências se fazem notórias novamente, incluindo aí uma música cantada em espanhol (“Outra Razón”) e uma em inglês (“Good Times”) – as demais são em português.João P. Teles/Divulgação

“Cantar em espanhol é algo que faço de forma espontânea, faz parte da minha rotina, está presente nas músicas que escuto, ao que leio, aos filmes que assisto... É algo natural para mim. Nesta música, falo sobre uma pessoa que convive com Alzheimer. E como a pessoa que possui essa doença fala espanhol, cantei nesse idioma, para ser mais poética e cuidadosa possível. Já ‘Good Times’ possui uma vibe mais R&B e foi a única que compus ao piano. Convivo com o idioma inglês, que não é algo tão fácil, e ela também veio naturalmente”, descreve ela,

Documentário, lives e clipes

Neste período de isolamento social, Gabi tem participado de lives e promovendo um programa de entrevistas em seu Instagram, chamado “Mundo Pop”. “E tenho me reinventado para fazer esses shows online. O disco foi feito com banda, mas estou agora no formato voz e violão, ou seja, tocando as músicas no formato em que nasceram. Agora em junho, vou lançar um documentário com os bastidores de gravação do disco. E ainda tem videoclipes pela frente”, relata.Reprodução capa

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