Público de BH se manifesta em sessões de 'Aquarius'

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
06/09/2016 às 18:39.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:43
 (AFP PHOTO)

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Palmas, muitas palmas enquanto sobem os créditos de “Aquarius”. Em seguida, boa parte da plateia se levanta e passa a gritar “Fora, Temer!” e “Democracia Já!”, assustando alguns espectadores que não esperavam esse tipo de reação numa sessão comercial.

Em cartaz desde quinta-feira passada, o filme protagonizado por Sônia Braga tem se tornado, em praticamente todas as sessões em Belo Horizonte, nas salas do Belas Artes, Ponteio e Pátio Savassi, um estímulo às manifestações contra o governo de Michel Temer.

"Não esperava esse tipo de reação. Já tinha lido as críticas e as comparações com o que está acontecendo no país hoje, mas fiquei bem surpresa", observa Marcela Barbosa, de 36 anos, presente na sessão de domingo, às 18h30, no Belas Artes. 

No sábado, vídeos que viralizaram na internet mostram a entrada do complexo, localizado no bairro de Lourdes, tomada por pessoas que gritavam contra o atual presidente (assista no portal hojeemdia.com.br). Eles repetiam o gesto da equipe de “Aquarius” durante o Festival de Cannes, em maio – situação que gerou um medo de represália do Ministério da Cultura, que escolherá o representante brasileiro no Oscar.

Parte do público presente exibia cartazes que pediam a saída de Temer e denunciavam um golpe na democracia. Outros exibiam fotos da citada apresentação em Cannes.

"Fora, Temer!"

As manifestações, repetidas em diversas cidades do país, foram rechaçadas por alguns espectadores. “Na fileira à minha frente, vi que algumas pessoas se entreolhavam, mostrando-se bem incomodadas”, relata Marcela.

Funcionários registram que o clima tem sido tenso, principalmente quando pessoas contrárias se manifestam. Mas as salas não têm do que reclamar. Na última sessão de segunda à noite, no Belas Artes, dia normalmente fraco, a sala estava com bom número.

No primeiro final de semana de exibição no país, o filme foi visto por mais de 50 mil espectadores, tornando-se a segunda maior abertura nacional do ano, atrás de “Dez Mandamentos”, com média de 600 pessoas por sala (são 89). A renda acumulada, até domingo, é de R$ 880 mil.

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