(Ricardo Bastos)
O centro da história é o amor impossível entre jovens de famílias rivais, mas o caminho é bem diferente de “Romeu e Julieta”. Em “Lucia di Lammermoor”, ópera de Gaetano Donizetti (1797–1848) baseada em obra de Walter Scott (1771 –1832), o foco principal é a loucura que toma conta da protagonista e, de certa forma, de todos ao seu redor.
Este clássico operístico, encenado desde 1835, é a montagem que a Fundação Clóvis Salgado apresenta ao público mineiro de 10 a 22 de novembro, em cinco récitas. Pela quarta vez, a entidade convida o diretor carioca Andre Heller-Lopes, que procurou dar uma visão mais contemporânea à a obra. “Gosto de dizer que gosto de fazer o clássico com twist, com um tempero”, diz o diretor. “Vimos que não era importante dar um tempo específico para a montagem, mas tratar da atemporalidade do texto. O que os personagens passam dialoga com a discussão contemporânea. Lucia é uma mulher oprimida e esse debate acontece no momento”.
Lopes procurou ter uma leitura mais próxima da realidade, com uma maior liberdade na direção de cantores, cenografia e figurino. Procurou uma estética arrojada. “É uma ópera que poderia remeter facilmente a qualquer regime totalitário de meados da primeira metade do século 20 ou qualquer governo opressor da América Latina”, afirma. Coração
À frente da regência, o maestro Silvio Viegas acredita que “Lucia” é capaz de ganhar qualquer espectador (iniciado ou não) pelo coração. “Essa ópera é maravilhosa, com uma música incrivelmente linda para solos, duetos, coros. Todo drama psicológico é ornamentado pela música”, explica.
De acordo com o maestro, há inúmeros pontos complexos na escrita musical de “Lucia”, exigindo dedicação de solistas de diferentes instrumentos, como harpa, flauta, violoncelo e outros. “É uma ópera que exige exímios instrumentistas e um grande equilíbrio entre orquestra e cantores”, diz Viegas.
“Lucia di Lammermoor” – Grande Teatro do Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1537 – 3236-7400). Dias 10, 16, 18, 20 e 22/11. Domingo, às 19h, e demais dias, às 20h. R$ 50 e R$ 25 (meia). 10 anos.
“Lucia” faz parte da escola “Bel Canto”, que exigia grande virtuosismo dos intérpretes
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