Palhaça mineira Lori Moreira estreia espetáculo solo nesta segunda

Da Redação
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17/10/2021 às 06:00.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:04
 (RIZOMA/DIVULGAÇÃO)

(RIZOMA/DIVULGAÇÃO)

A atriz e palhaça Lori Moreira – idealizadora da Cia. Caxangá -  estreia o seu primeiro espetáculo solo, “Valente”, que será transmitido ao vivo, gratuitamente, de 18 a 24 de outubro, sempre às 16h, em comemoração ao Mês das Crianças. O acesso será pelo canal no Youtube da Cia. Caxangá.

A história acompanha uma cachorrinha de brinquedo (à pilha) e sua dona Lorota, uma artista decadente que tenta reviver o glamour que já teve nos palcos de rua. Na montagem – que é dirigida pelo premiado multiartista pernambucano, Ronaldo Aguiar -, Lorota se arrisca a construir uma cena solo, em que a sua cachorra Valente precisa realizar um único número: o seu grande salto mortal.

Valente se recusa a seguir com o espetáculo conforme o ensaiado e deixa a palhaça na mão. Durante 45 minutos, em um cenário que resgata o circo mambembe e ambulante, as duas vivem, então, uma relação de amor e ódio, trazendo à luz questões como solidão, abandono e fracasso, revelando uma identidade genuína e cômica, que transita entre o animalesco e a poesia.

“Valente” é a extensão de uma cena curta de 13 minutos, montada em 2019, resultado das experimentações de Lori Moreira nas ruas, somadas à direção de Ronaldo Aguiar. A atriz conta que a montagem ganhou mais corpo e forma na atual versão, e que o ponto de partida para a construção dramatúrgica é a relação da palhaça com a personificação da cachorra: dar vida a um brinquedo.

“O espetáculo parte da minha vivência no teatro de rua, somada a realidade da palhaça enquanto profissional e artista. A pesquisa propõe mostrar a atuação de uma mulher que se coloca sozinha em cena, com uma linguagem majoritariamente masculina: a palhaçaria. As dificuldades e frustrações dessa artista, que se vê sozinha, e que consegue driblar os imprevistos, porque o show não pode parar. A força dessa palhaça, que não desiste da sua arte. No espetáculo, a partir de toda a minha vivência e experiência como palhaça de rua, eu trago uma pergunta: mesmo existindo tantas palhaças, por que ainda ocupamos pouco o espaço público? Esse é o verdadeiro pano de fundo deste trabalho”, explica Lori Moreira.

Com apenas um carrinho de rodas, Lorota traz para a cena – que acontece no quintal da casa de Lori Moreira - a atmosfera do picadeiro, por meio de objetos que remetem ao circo, como a lona de chão, sombrinhas, maletas, bugigangas, caixa de som, e outras parafernálias que interagem com a cena e dão vida as personagens durante 45 minutos. “Para fazer as honras da apresentação, a palhaça se inspira em sua ídola, Carmem Miranda, e encarna uma apresentadora irreverente que, mesmo diante dos conflitos com a cachorrinha Valente, não desiste do número”, conta Lori.

A atriz explica, ainda, que o espetáculo traz um pouco de várias linguagens do circo, mas que as habilidades circenses estão muito mais ligadas a comicidade. “Como o show não pode parar, ao se ver boicotada pela cachorra, Lorota ‘tapa os buracos’ do espetáculo mostrando as habilidades que aprendeu em suas andanças: malabarismo, mágica, acrobacia, dublagem e muita lorotice. A palhaça incrementa a cena com outros números, que também fazem parte da palhaçaria, somados a muito humor.”

Sobre fazer um espetáculo ao vivo, do quintal de casa, e sem a presença física do público, para Lori é um grande desafio. Mas ela assegura que, assim como a Lorota, tem suas ‘artimanhas’. “Não é possível saber a reação das pessoas, se estão sorrindo, se estão gostando ou não do espetáculo. Para sentir essa presença que, nas ruas ou no teatro, é o que brilha os olhos dos artistas, no virtual, é preciso reinventar. De um lado, as pessoas poderão me enviar mensagens pelo chat para interagir – e até participar – do espetáculo.

Para instigar o envio dessas mensagens, eu vou provocar as pessoas em alguns momentos do texto. Exemplo: eu vou dizer que não existe cidade no mundo que eu não conheça e pedirei a plateia para escrever o nome de algum lugar inusitado que já tenha visitado, porque com certeza que já estive lá! Eu vou brincar com os nomes dessas cidades, contar uma história, uma piada, ou seja, o espetáculo tem um pouco de improviso também. De outro lado, em alguns momentos, vamos sair um pouco do plano frontal e mostrar curiosidades do cenário e dos personagens. A plateia irá ver detalhes da Valente, do carrinho, da Lorota, como uma forma de trazer o público para dentro da cena”, explica Lori, que completa: “não posso deixar de lado o exercício da imaginação, que é uma característica do palhaço. Eu não vou ver as pessoas, mas sei que elas estarão ali, me observando – pelo menos a minha mãe eu tenho certeza de que irá me assistir, rsrs. A imaginação é fundamental para sentir o público, para tentar perceber as reações por trás da tela e por meio das mensagens enviadas pela plateia.”

Durante as apresentações, a palhaça Lorota irá passar o “chapéu virtual”, para arredar fundos para coletivos de mulheres artistas. As doações poderão ser feitas por Pix (que será informado durante o espetáculo).

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