(Maurício Vieira)
O último cinema de rua de Belo Horizonte pede socorro. Inaugurado há 28 anos, o Belas Artes está lançando uma campanha de financiamento coletivo para arrecadar recursos. O dinheiro será usado para pagar funcionários e realizar obras de manutenção no espaço, localizado no bairro de Lourdes, na região Centro-Sul.
O complexo abriga três salas e, desde a inauguração, se transformou em reduto de filmes de arte, debates e pré-estreias de títulos brasileiros. Sem patrocinador, o Belas Artes vem sofrendo com turbulências econômicas há seis anos, mas, com o fechamento do cinema por causa da Covid-19, a situação se agravou.
A campanha será feita em três etapas para cobertura de manutenção, reparos, troca de poltronas, revestimento acústico e telas das três salas, além de pagar dívidas, aluguel e benefícios aos funcionários, acumulados nesses sete meses em que o cinema permanece fechado. A campanha prevê também nova decoração e atualização de equipamentos sonoros e de projeção.
Pertencente ao Diretório Central de Estudantes da UFMG, a edificação é assinada por um dos principais nomes da arquitetura mineira do século XX: Sylvio de Vasconcellos. A obra, da década de 1950, foi entregue em 1953, é uma manifestação relevante do modernismo arquitetônico mineiro e faz parte de um dos mais importantes circuitos culturais e arquitetônicos do Brasil.
Os organizadores destacam que, devido à idade da edificação – somando-se ao fato de que a última reforma ocorreu no início dos anos 90 - tornam urgente uma restauração do imóvel que qualifique o recinto para o pleno desempenho de seu papel estratégico no panorama cultural mineiro.
A campanha entra no ar na segunda-feira pelo site benfeitoria.com/soscinebelasbh.