Parabéns ao ratinho mais pop! Mickey Mouse completa 90 anos

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
01/11/2018 às 19:08.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:34
 (Divulgação)

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Não é o espinafre. Muito menos algum super poder. A longevidade de Mickey Mouse, que comemorará 90 anos no dia 18, está relacionada ao seu corpinho, ideal para reprodução. O camundongo que virou sinônimo do império Disney ganhou um visual inovador assim que saiu da prancheta de desenho. “Mickey foi criado pelo animador Ub Iwerks como uma seqüências de esferas, o que ajudava muito a fazê-lo se mover de uma maneira dinâmica e inovadora para a época. Também foi ele quem criou as icônicas orelhas redondas, que se mantinham sempre na mesma posição, não importando o movimento da cabeça”, destaca Daniel Werneck. Curador do Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ) e professor de Designer de Personagem no curso de animação da Escola de Belas Artes, da UFMG, Werneck lembra que, em 1938, o animador Fred Moore ofereceu tridimensionalidade a Mickey, tirando aquele aspecto antiquado, com braços e pernas que pareciam mangueiras de borracha.  “Isso permitiu que ele pudesse ser facilmente ‘traduzido’ para outras mídias, como os bonecos tridimensionais, as tiras de jornal, os videogames e outras mídias. É extremamente difícil criar um design de personagens tão versátil e que capture tão facilmente a simpatia do público. É realmente um fenômeno, um estudo de caso muito interessante do ponto de vista do design e do marketing”, alerta. Do bem Colecionador de quadrinhos e editor do site “Planeta Gibi”, Edenilson Rodrigues Lázaro salienta que Mickey sempre foi um exemplo de “bom moço”, mostrando-se perspicaz, altruísta, corajoso e leal. “Mas, certamente, coadjuvantes adoráveis como Pluto, Pateta e Donald ajudaram a afastar as animações de Mickey do tédio. Basta ver que Donald surgiu em 1934 e, em pouco tempo, tomou o lugar do camundongo nas graças de boa parte do público”.  Segundo Lázaro, um dos grandes acertos da Disney é dar considerável liberdade para os artistas na criação das HQs. “Assim se constrói e perpetua um personagem mitológico. Se fosse só marketing, entendo que Mickey teria, como tantos outros, sucumbido. Trata-se de um inquestionável ícone cultural, goste-se ou não dele”, registra. O colecionador destaca que o ratinho também foi sinônimo de sucesso, principalmente nos anos 70. “Só não ultrapassava o gibi do Tio Patinhas em vendagem — isso, considerando as revistas de todos os segmentos publicados no país. ‘Mickey’ era sinônimo de histórias de aventura, mistério e espionagem. Tanto foi assim que sua revista foi publicada ininterruptamente de outubro de 1952 até junho de 2018 pela mesma editora (a Abril)”. 

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