Passatempo nostálgico define nova saga de Potter

"A Criança Amaldiçoada” tem construção frágil

Vanessa Perroni
vperroni@hojeemdia.com.br
27/11/2016 às 15:14.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:50

Já faz quase uma década que os fãs do bruxo Harry Potter não acompanham suas aventuras nas páginas dos livros. No fim do, até então, último livro da saga de J.K. Rowling, “Harry Potter e as Relíquias da Morte” (Rocco), a autora mostrava como estava o trio Harry, Hermione e Rony 19 anos após a batalha de Hogwarts. 

Para o deleite dos pottermaníacos, esse é o ponto de partida para “Harry Potter e a Criança Amaldiçoada”, livro que traz o roteiro de ensaio da peça teatral homônima, que estreou em junho deste ano, em Londres. 

A publicação escrita por Jack Thorne, em conjunto com J.K. Rowling e John Tiffany, mostra um pouco da vida dos três amigos aos 40 anos, com filhos que agora estão a caminho de Hogwarts.

Como se trata de um roteiro para teatro, a leitura é rápida, com foco nos diálogos, troca de ambientes e cenografia.
Não há muito espaço para desenvolvimento dos personagens, o que pode decepcionar alguns leitores. Se você não quer spoiler pare por aqui!

Trama
A amizade e as relações familiares continuam sendo o ponto central. Na trama, Albus – um dos três filhos de Harry e Gina – divide o protagonismo com Scorpius, o filho de Draco Malfoy – um dos melhores personagens do livro – , que vira seu braço direito em Hogwarts. 

Albus carrega o peso do sobrenome Potter e guarda muito ressentimento do pai. Já Scorpius tem que conviver com os erros do passado de seu pai. O que une os garotos são os problemas de aceitação, e o fato de serem da mesma casa, a Sonserina. 

O jovem Potter decide usar um Vira-Tempo para salvar Cedrico Diggory durante o Torneio Tribruxo, com o objetivo de corrigir pelo menos um dos erros do pai, que agora trabalha no Ministério da Magia. Com a ajuda de Malfoy, eles alteram a linha temporal. O que gera graves consequências. O perdão entre alguns personagens acaba sendo essencial para a resolução do conflito central. 

Apesar de todas as reviravoltas, a história tem uma construção frágil. O próprio propósito de voltar no tempo em certo momento parece dispensável. Alguns personagens, como Rony, aparecem apenas pelo saudosismo e não têm muito peso na história. No final, o que prende a leitura é a sensação de voltar para um lugar conhecido e o sentimento de nostalgia. 

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