Passo Torto lança seu segundo álbum, que é ainda mais experimental

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
15/07/2013 às 07:47.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:03

Cidades caem, homens vivenciam solidão, prédios estão doentes, amores estão nebulosos. Nas letras de "Passo Elétrico", segundo álbum do projeto Passo Torto, São Paulo surge como moradia para questionamentos profundos da relação entre homem e seu espaço.    Menos de dois anos depois do lançamento do primeiro álbum, o grupo formado por quatro notáveis da cena paulistana – Kiko Dinucci, Romulo Fróes, Rodrigo Campos e Marcelo Cabral – retorna com ares ainda mais experimentais e nervosos.    Não só as letras estão mais sombrias. A guitarra, não presente no primeiro trabalho, passa a ser o instrumental fundamental da sonoridade. "Queremos fazer uma música brasileira, mas com uma estética universal", diz Rodrigo Campos. "A estética da guitarra dialoga com a estética das letras, que aqui têm uma violência maior. O instrumento complementa a poesia do disco".   Laboratório   Romulo Fróes explica que a sonoridade apresentada em "Passo Elétrico" é decorrente de experiências que cada um dos quatro já haviam realizado em seus mais recentes trabalhos. "Passo Torto é uma espécie de pelada, só que em vez de jogar futebol, fazemos música", brinca Fróes. "Aqui podemos experimentar. Faço coisas que não posso em meu disco, como gritar ou tocar violão de maneira suja".    O fato do grupo só contar com vozes e instrumentos de corda – nenhuma percussão – permite um estranhamento ainda maior ao ouvinte. "Há um certo vazio no som do grupo que pretendo levar para o meu trabalho solo. Passo Torto tem um som seco que acompanha letras desesperançosas sobre a destruição de São Paulo", diz Fróes.    Entre composições e prensagem, "Passo Elétrico" demandou apenas quatro meses. Embora tenha sido feito no início do ano, os integrantes acreditam que, de alguma forma, o trabalho dialoga com os protestos que tomaram conta do país desde junho.    "Nosso disco dialoga com esse momento de maneira intuitiva", diz Campos. "Tivemos a sensibilidade de falar sobre uma cidade que cai. Mas pena que na semana em que lançamos o disco (em junho), não pudemos falar sobre ele. Naquela ocasião, todo mundo só falava sobre manifestações".     Baixe de graça em http://www.passotorto.com.br,

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