PBH abre inscrições para Mestres da Cultura Popular, e pagará R$ 15 mil aos vencedores

Renata Evangelista*
12/03/2019 às 10:09.
Atualizado em 05/09/2021 às 17:45

Até o próximo dia 30 de abril, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) receberá inscrições de personagens marcantes da cultura popular. A 3ª edição do Prêmio Mestres da Cultura Popular de BH, aberta nesta semana, selecionará três cidadãos reconhecidos como mestres. A proposta do Executivo é identificar patrimônios vivos da capital mineira, promover ações de valorização e até garantir registros de tombamento imaterial.

Podem participar cirandeiras, benzedeiras, rainhas de Congado, calceteiros, ceramistas, poetas e lideranças de diversas de outras tradições populares. Os candidatos, conforme as regras, devem ter idade igual ou superior a 50 anos, serem atuantes em seu ofício há pelo menos 10 anos e ter o reconhecimento da comunidade.

Os escolhidos como mestres ou mestras da cultura popular receberão R$ 15 mil da PBH. "O Prêmio busca identificar e salvaguardar saberes, celebrações e formas de expressão portadoras de referências à identidade, à história e à memória de determinados grupos formadores da sociedade belo-horizontina", frisou a prefeitura.

Inscrições

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas de segunda a sexta-feira, das 10h às 12h e das 14h às 17h, presencialmente nos 17 centros culturais da Fundação Municipal de Cultura, no Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado e na sede da Diretoria de Patrimônio Cultural, Arquivo Público e Conjunto Moderno da Pampulha. O edital completo e os endereços dos locais de inscrição estão disponíveis no site www.bhfazcultura.pbh.gov.br.

De acordo com Françoise Jean de O. Souza, diretora de Patrimônio Cultural, Arquivo Público e Conjunto Moderno da Pampulha, os Mestres e Mestras são considerados memórias vivas da tradição popular. "São sujeitos de resistência, guardiões de saberes e fazeres que, embora dinâmicos, se encontram na base da ancestralidade e das noções de pertencimento de suas comunidades", detalhou.

Para ela, apoiar e valorizar esses cidadãos é uma forma de "salvaguardar o patrimônio imaterial da cidade, contribuindo para a continuidade de práticas e celebrações portadoras de referências às histórias, às memórias e às identidades dos diferentes grupos formadores da sociedade belo-horizontina".

Confira os premiados nas edições anteriores:

1º Prêmio – 2014

  • Isabel Casimiria das Dores Gasparino, Rainha Conga de Minas Gerais, (falecida em 2015) manteve-se à frente da Guarda Treze de Maio de Nossa Senhora do Rosário. Dona Isabel foi uma das maiores protagonistas da memória do congado mineiro;
  • José Luís Lourenço, mais conhecido como Mestre Conga, é compositor e sambista. Responsável pela inserção de sambas enredo nos desfiles de Carnaval de Belo Horizonte, é um dos principais representantes da Velha Guarda do Samba e Belo Horizonte;
  • Dalila Senra Fabrini, Dona Dalila como era conhecida, foi umas das benzedeiras mais antigas de Belo Horizonte, na ocasião do prêmio. Nonagenária, Dona Dalila (falecida em 2016) benzia diariamente em sua casa na região de Venda Nova.

2º Prêmio – 2015

  • Zilda Pereira Lisboa, Tia Zilda, foi fundadora e 1ª Capitã da Guarda de Congo Feminina de Nossa Senhora do Rosário do Bairro Aparecida;
  • Antônio Maria Cavalieri, Mestre Cavalieri, é uma referência da capoeira em Minas Gerais e iniciando seus ensinamentos no final da década de 1960;
  • Serafina Terezinha Pereira, também conhecida como Dona Fininha, foi benzedeira (falecida em 2016) moradora do bairro Novo Glória que descobri sua vocação para as artes da cura quando ainda era adolescente.

*Com PBH

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