Peça 'Farol de Neblina' ganha formato de websérie após uma ano da estreia nos palcos

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
04/02/2021 às 19:23.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:06
 (ALESSANDRA NOHVAIS/DIVULGAÇÃO)

(ALESSANDRA NOHVAIS/DIVULGAÇÃO)

Durante os ensaios de “Farol de Neblina”, os atores Fafá Rennó e Leonardo Fernandes passaram a trocar cartas constantemente, como um exercício para o desenvolvimento da relação dos personagens. Esta troca, apesar de muito rica, não tinha passado de história de bastidores até a peça virar websérie.

“Quando eu chegava para o ensaio, muitas vezes tinha uma carta para mim em cima da mesa. Do meu lado, colocava uma na mochila do Leo. Agora, com a websérie, algumas destas cartas foram selecionadas. Fiquei muito emocionada quando soube disso”, destaca Fafá.

A transposição de “Farol de Neblina” para o formato digital estreará hoje, às 20h, no site do espetáculo. Ao todo são quatro episódios, com um lançamento a cada sexta. O acesso é gratuito, mediante retirada de ingressos na própria plataforma.

“Algumas coisas que acontecem no processo de uma peça às vezes só ficam na sala de ensaio”, explica Fafá, “porque só dizem respeito à pesquisa dos atores e da direção para se chegar num determinado resultado, àquilo que o público vai ver no palco”. 

A peça dirigida por Yara de Novaes fez sua estreia no Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte em janeiro do ano passado. Quando se preparava para iniciar uma turnê em outras capitais, a pandemia pôs tudo em suspenso, com o fechamento dos teatros.

“Ficamos numa incerteza, sobre que rumos dar ao projeto, pois tínhamos um contrato com o CCBB e íamos rodar as praças onde têm o Centro Cultural. Entre esperar e pensar num outro produto, chegamos a este formato de websérie”, registra.

Para Fafá, a maior preocupação era não perder de vista a linguagem teatral. “A grande questão nossa e de outras companhias era como manter vivo o teatro, fazendo algo que fosse bom para quem estivesse isolado dentro de casa e que não fosse teatro filmado”.

A atriz define “Farol de Neblina” como um híbrido, em que o cinema se faz presente a partir da entrada de Clarissa Campolina, diretora de filmes como “Trecho” e “Girimunho”. Com duração original de 1h40, a peça se transformou em quatro episódios de 18 minutos cada.

Cada desfecho de capítulo tem um gancho, que, segundo Fafá, não precisou ser criado especificamente para a série. “Eles já estavam no texto de Sérgio Roveri. A peça tem uma carga de suspense. Quando eu li o texto pela primeira vez, lembro que fui sendo surpreendida a cada página”.

Na trama, um misterioso encontro ocorre numa casa sem vizinhos ao longo de uma noite fria e encoberta pela neblina. “Quando fomos nos debruçar de novo sobre o espetáculo, exatamente um ano depois, vimos que há muita coisa sobre o que estamos passando agora”, sublinha.

A ligação com a pandemia se nota num homem isolado em lugar inóspito e numa mulher que está perdida, pedindo ajuda, além de uma neblina que não permite que se veja nada. “Tudo o que eles querem é que o amanhã aconteça. No mundo real, esse amanhã pode ser a vacina”, compara. 

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