(Guto Muniz/Divulgação)
O audiovisual em cena é recurso constante no espetáculo “O Urro”, dirigido por Carlos Rocha em parceria com Gil Amâncio, ambos da extinta companhia Sonho e Drama (1979-1989). O universo do ser humano no limite é o pano de fundo da ficção que propõe uma metáfora do grito do homem que se encontra encurralado nas grandes metrópoles.
O espetáculo, que entra em cartaz pela Campanha de Popularização, marca a volta de Carlos Rocha ao posto de encenador após quase uma década longe da função.
Durante esse intervalo, o veterano diretor mineiro esteve como gestor à frente do Teatro Francisco Nunes e do Festival Internacional de Teatro de Belo Horizonte, onde atuou por 15 anos.
“Não sobrava tempo para me envolver em processos de criação”, justifica Rocha, que assinou a dramaturgia de alguns espetáculos.
“O Urro” é fruto da trilogia “Fábulas Urbanas”, que o diretor vem desenvolvendo há alguns anos. “O Desaparecimento de Dylan” e “O Lixão”, ainda inacabados, compõem as outras partes da saga.
“A peça fala dos paradoxos urbanos. Uma cidade com tanta gente e tanta solidão. Mostramos as possíveis relações a serem estabelecidas ou não dentro do espaço”, conta.
Diante desses elementos, o diretor utilizou múltiplas linguagens para construir a narrativa da montagem, que mescla texto, música, história em quadrinhos, animação e projeção de vídeos na performance cênica.
Apenas o ator André Senna sobe ao palco para desfiar essa história que se passa na cidade batizada de Urbanus, desenhada pelo quadrinista Marcelo Lélis. A identidade visual do espetáculo é o HQ.
“Estão ali valores culturais, políticos e comportamentais da sociedade contemporânea”, complementa o diretor.
O Urro
Múltiplas linguagens. Funarte MG (Rua Januária, 68, Floresta).
Até 8/3. De quinta a sábado, às 21h, e domingo, às 20h. R$ 10 (postos Sinparc).