Percussionistas mineiros Ricardo Acácio e Túlio Araújo têm trabalhos bem recebidos no exterior

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
18/03/2013 às 16:00.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:00
 (Frederico Haikal/Hoje em Dia)

(Frederico Haikal/Hoje em Dia)

O pandeiro é um dos instrumentos musicais mais antigos entre aqueles que conhecemos bem – acredita-se que tenha sido criado na Europa algumas centenas de anos antes de Cristo. Em cada canto do mundo, ganhou formatos específicos, criação em diferentes materiais e afinações, maneiras diferentes de interpretação. No Brasil, ganhou malemolência e se tornou instrumento obrigatório no choro, no samba, no forró, na MPB.

Mesmo sendo tão comum em muitos países, o pandeiro se torna objeto de verdadeiro fascínio quando está nas mãos de um brasileiro. Uma prova disso são dois instrumentistas mineiros com ótimo retorno do exterior.

Ricardo Acácio, pandeirista que acompanha as bandas de Aline Calixto e Thiago Delegado, acaba de voltar de Paris, onde passou 45 dias ministrando curso para percussionistas de várias nacionalidades. Já Túlio Araújo tem tido boas vendas para o exterior de seu disco “Manguêra” e recebeu convites para se apresentar em festivais dos EUA e Europa.

“Os estrangeiros ficam muito curiosos sobre qualquer novidade sobre ritmo que passava nas aulas. Eles são muito dedicados e atentos. O pandeiro parece um instrumento limitado, mas não é. São amplas as possibilidades do pandeiro para vários ritmos”, conta Acácio, que ministrou o curso para 30 alunos no Clube do Choro de Paris.

Licenciado em música pela Uemg, ele quer continuar a ministrar cursos sobre o instrumento. “Descobri que sou um bom professor e há um grande interesse”.

Aulas

Em BH, os interessados em conhecer o pandeiro encontraram em Túlio Araújo o ponto de partida. O músico tem ministrado workshops gratuitos, sempre com inscrições bem acima do número de vagas. Para participar, basta querer aprender. Não é necessário um conhecimento prévio. “Sonho criar uma orquestra de pandeiro. O workshop foi uma maneira de encontrar pessoas que possam se interessar pelo projeto. Agora vou fazer duas turmas, uma para iniciantes e outra para as pessoas que já conhecem melhor o instrumento”.

A Orquestra de Pandeiros é mais uma iniciativa de Araújo em colocar o pandeiro como protagonista de um projeto musical. Seu álbum, “Manguêra” (2012), é resultado de um processo de pesquisa do músico em que o instrumento de percussão é mote e a voz das composições e dos arranjos.

Uma prova de como vem sendo bem recebido, o músico tem recebido pedidos dos EUA, Europa e Japão para envio do disco físico – mesmo disponível para download gratuito no site trilíngue www.tulioaraujo.com.br. O álbum foi ainda pré-selecionado para o Prêmio da Música Brasileira.

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