Perto de completar 30 anos, Pato Fu promove 'esquenta' nas plataformas digitais

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
12/01/2021 às 19:14.
Atualizado em 05/12/2021 às 03:54
 (DUDI POLONIS/DIVULGAÇÃO)

(DUDI POLONIS/DIVULGAÇÃO)

Pouco antes de o Pato Fu começar  um show no Paco Pigale Bar, em Belo Horizonte, no início dos anos 90, o grupo ficou sabendo que representantes da Unimed estavam no local, à procura deles. John Ulhoa já imaginava que a brincadeira com o plano de saúde, na música “O Processo de Criação Vai de 10 até 100 Mil”, poderia lhes render um processo.

“A gente tentou esconder, mas ficamos sabendo que a empresa não queria nos processar, mas sim nos patrocinar. Eles tinham gostado e queriam fazer um videoclipe da canção”, lembra, divertido, o integrante da banda. Mais conhecida como a “música da Unimed”, ela abre o “esquenta” dos 30 anos do Pato Fu, que serão comemorados em 2022.

A cada mês, o grupo se debruçará sobre um disco, apresentando, em plataformas digitais,  a versão alternativa de uma música de cada um dos 12 discos lançados pelo grupo. Uma das faixas que integram o álbum de estreia “Rotomusic de Liquidificapum, de 1993, a “canção da Unimed” já está disponível, a partir de um registro ao vivo feito em 2005.

Ulhoa recorda que a música nasceu após observarem, espantados, a cultura mosh chegando aos shows do Pato Fu. “Não estávamos acostumados com  essa bateção de cabeça e povo pulando do palco. A  gente falava que eles não ligavam de se machucar no chão porque a Unimed pagaria. Poderia ter sido qualquer outro plano, mas acabamos usando Unimed”.

Com direção de Eduardo de Jesus e Rodolfo Magalhães, da premiada geração da videoarte mineira, o clipe “ficou bacanudo”, como destaca John, tornando-se o primeiro single do grupo. A versão alternativa que está sendo disponibilizada nas plataformas foi gravada no Cie Hall, em São Paulo, e “é mais pesada e eletrônica” que a original.

“Este vídeo é da época que o Pato Fu tinha deixado de ser trio para virar quinteto, deixando a música mais hardcore. Nós tínhamos voltado a tocá-la justamente naquele ano”, registra o compositor e guitarrista. Além de Fernanda Takai (vocal) e Ricardo Koctus (baixo), a banda já contava com o baterista Xande Tamietti e o tecladista Lulu Camargo.

John é sincero: ele prefere investir  neste clima nostálgico a entrar na onda das lives. “Estas têm um alcance e um prazer de fazer que é bem limitado. Achamos mais interessante realizar um resgate de nossa carreira. São 30 anos, velho! Como a gente ainda não tem certeza de nada, por causa da pandemia, pode ser que façamos show ou não”, explica.

Ele adianta que, além dos singles alternativos, o grupo mineiro irá postar arquivos raros sobre a sua história. “Temos achado muita coisa ao vasculhar nossos arquivos. Será um ano dedicado a fazer uma retrospectiva para nossos fãs”, afirma. Para 2022, um novo disco está nos planos. “Neste momento, estamos ‘fritando’. A ideia é fazer uma coisa nova, mas que ao tempo tenha a ver com a data. Não vamos ficar só na nostalgia, não”.

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