Pianista canadense se apresenta com a Filarmônica de Minas

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
29/04/2014 às 07:22.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:20
 (Benoit Camirand)

(Benoit Camirand)

O pianista canadense Ian Parker apresentou pela primeira vez o “Concerto em Fá”, de George Gershwin (1898-1937), em 2005, quando foi convidado pela Orquestra de Nova Orleans. Se apaixonou tão intensamente pela obra, que chegou a gravá-la com a London Symphony, para a gravadora ATMA Classique, e interpretá-la com várias orquestras. É justamente essa emocionante peça, que dialoga com o jazz americano, que o instrumentista apresenta esta noite, ao lado da Filarmônica de Minas Gerais, no Grande Teatro do Palácio das Artes.

Mesmo com um contato tão grande com a obra, Parker ainda faz questão de praticar e praticar. Aproveitou o espaço do Conservatório da UFMG nesta segunda (28) e terça-feira (29) para treinar o concerto de acordo com as orientações do maestro Fabio Mechetti. “É uma peça difícil tecnicamente. Não é fácil para instrumentistas eruditos compreenderem as harmonias do jazz”, afirma o pianista canadense. “É como no tênis. Roger Federer treina seus saques todos os dias. É tão bom justamente porque treina diariamente”.

O diálogo entre a linguagem popular do jazz e do blues e os elementos de uma orquestra é um ponto que fascina Parker nessa peça. “Fiquei absolutamente apaixonado pelo ‘Concerto em Fá’. É uma obra menos famosa que ‘Rhapsody in Blue’, mas muito melhor. Essa é muito mais grandiosa, mais profunda, mais emocionante, mais divertida, com maior variedade de elementos”, afirma Ian Parker sobre o trabalho sinfônico que Gershwin criou em 1925, sob encomenda para a Sociedade Sinfônica de Nova York (mais tarde, Orquestra Sinfônica de Nova York).

Parker explica que “Concerto em Fá” foi a primeira obra verdadeiramente sinfônica de Gershwin, composta um ano após o sucesso de “Rhapsody in Blue”. O compositor americano, acostumado a produzir músicas para a indústria do teatro e do cinema, chegou a acreditar que não conseguiria compor um bom concerto – e chegou a pedir ajuda até para Maurice Ravel.

“Ele estava com medo de escrever a peça e Nova York era muito estressante para ele. Então, seu agente o mandou para uma pequena cidade no norte do Estado de Nova York, para encontrar a tranquilidade”, conta Parker, que no ano passado apresentou o concerto na pequena comunidade de Chautauqua, que serviu de refúgio para Gershwin. “Lá é muito bonito e tranquilo, você compreende o ambiente que o inspirou”.

Além de “Concerto em Fá”, a Filarmônica apresenta ainda “Abertura Cubana”, também de Gershwin, além de “Ponteado” e “Suíte Sinfônica nº 1 – Paulista”, de Guerra Peixe, cujo centenário é celebrado neste ano.

Orquestra Filarmônica de Minas Gerais no Grande Teatro do Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1537). Nesta terça-feira (29), às 20h30. R$ 70 (Plateia 1), R$ 54 (Plateia 2) e R$ 36 (Plateia superior).

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