Pixinguinha ganha versões em jazz por Hamilton de Holanda

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
04/09/2013 às 08:48.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:37

Hamilton de Holanda toca composições de Pixinguinha desde a tenra infância. Nascido em uma família de músicos, os LPs dedicados a um dos maiores autores do país sempre esteve no aparelho de som de sua casa.

Por isso, o projeto do álbum "Mundo de Pixinguinha" era inevitável. Viabilizado pela Natura Musical, o disco lembra clássicos como "Rosa" e "Carinhoso", mas com um super diferencial. Todas as faixas foram gravadas com ícones do jazz mundial, como Richard Galliano (França), Stefano Bollani (Itália), Omar Sosa (Cuba), Chucho Valdés (Cuba), além dos brasileiros André Mehmari, Odette Ernest Dias e Carlos Malta.

O surpreendente resultado pode ser conferido no álbum e no show que o bandolinista traz na noite desta quarta-feira (4) para o Grande Teatro do Palácio das Artes. No palco, ele estará acompanhado por Galliano, Bollani e Sosa.

"Pensamos muito em sobre como fazer o projeto de forma diferente. A ideia, então, foi fazer com convidados internacionais, todos do jazz, com uma maneira de tocar diferente da nossa. E todos eles ficaram muito encantados com a obra de Pixinguinha", conta Hamilton de Holanda.

Livre

O bandolinista viajou para diferentes países com sua equipe e entregou as partituras para os músicos parceiros. As gravações eram sempre ao vivo, abertas a improvisos.

"Alcançamos um resultado no qual a linguagem do choro está em total sintonia com o jazz. Os dois estilos se aproximam muito na maneira livre com que a música é feita", diz.

Assim, "Música de Pixinguinha" tem muito daquela melodia harmoniosa do início do século 20, mas também a criatividade do jazz contemporâneo. "O resultado foi o mais real possível, explorando a essência de cada músico".

Exterior

Um dos artistas brasileiros mais reconhecidos no exterior (ele já tocou em mais de 30 países), Hamilton de Holanda não sabe dizer se é mais bem recebido fora do que dentro do Brasil.

Segundo ele, atualmente, é bem recebido em qualquer palco, seja numa praça de Divinópolis (onde se apresentou recentemente) ou em um antigo teatro do interior da Itália.

"Quando comecei a entender que tinha uma carreira, logo percebi que iria para fora. Minha música não tem letra, ela pode ser compreendida em qualquer lugar. Me sinto bem tanto no Brasil quanto no exterior. E acho isso ótimo, porque adoro viajar e quero mais que a minha música emocione as pessoas", diz o virtuoso instrumentista.

Em breve, sairá na Alemanha um álbum gravado em parceria com Stefano Bollani, com quem já fez várias turnês internacionais.


Serviço

Show de Hamilton de Holanda no Grande Teatro do Palácio das Artes (avenida Afonso Pena, 1537), nesta quarta-feira (4), às 21 horas. Ingressos de R$ 40 a R$ 120.

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