Podé Nastácia lança nesta quarta-feira o CD autoral 'Ânima'

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
09/12/2015 às 08:05.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:15
 (JP Lima/Divulgação)

(JP Lima/Divulgação)

No inicinho do ano, Podé Nastácia resolveu compartilhar com o público as canções de sua lavra que, por um motivo ou outro, não se ajustavam no bojo do Tianastácia, grupo o qual integra. Não fosse assim, havia o risco de essas canções se perderem. A experiência do show (feito no CCBB BH), foi mais do que positiva.

"Foi muito bacana esse formato do teatro, o qual não tenho muito costume. Com o grupo, faço mais shows em locais abertos", diz ele, que, passados esses meses, transporta a experiência para o formato CD. O lançamento é hoje à noite, na Land Spirit.

"A proposta do CD é exatamente ter essa pegada mais intimista. A base do show são três violões, e fiquei muito feliz, porque o público estava bem pertinho do palco – e essa coisa dos violões no teatro me encanta muito. Sou violeiro", enfatiza ele, que cresceu tocando o instrumento em rodas com amigos

Sim, o disco é ao vivo. E o motivo da escolha é facilmente explicável. "Até então, não tinha gravado nada que não fosse com o Tianastácia, que, sim, é o meu projeto oficial. Então, acho que essa coisa do ao vivo deixa mais acesa essa história de um resgate de toda essa minha arte, nesse últimos 20 anos, de todas as minhas músicas que não gravei com o grupo".

Confira, a seguir, entrevista com Podé

Por que optou pelo registro ao vivo? Acho que ele confere mais "alma" (estou me aproveitando do nome do disco/projeto) ao trabalho?
Justamente por isso que disse, pelo fato de essa coisa do violão, da roda de viola, essa coisa mais intimista, pedir que seja ao vivo mesmo. A gente poderia até fazer em estúdio, mas o ao vivo traz uma coisa "mais verdade" nessa história dos violões. E tem muito a ver com estar resgatando esses últimos 20 anos. É um resgate de todas as músicas que eu vinha fazendo, que eu não gravei com o Tianastácia.

Poderia escolher uma faixa, e "destrinchá-la" para a gente?
Vou escolher a música "Brother Meu", que é uma música minha em parceria justamente com um brother meu, o Beto Nastácia. Eu costumo dizer, brinco com isso, que essa música é uma homenagem ao Beto. E não só a ele, mas fala muito desse momento que a gente está vivendo, esse momento político complicado. E na letra fala "tem uma coisa que eu preciso lhe falar, é só a gente junto mesmo pra poder mudar". Então, acho que esse momento do país é exatamente isso. A gente se mobilizar, se unir, para poder causar realmente uma transformação Pra gente conseguir mudar alguma coisa, a gente vai ter que se unir. É uma música muito importante para mim, também, pelo fato de ser uma parceria minha com o Beto. A gente sempre fez músicas junto, desde o início do Tianastácia, a gente tem esse hábito, esse costume e a gente leva como um trabalho, isso de sentar e fazer música.

Vou te pedir para falar das releituras...
São as três que fiz no show. Uma é "Nobre Vagabundo", do Márcio Melo, compositor baiano, roqueiro, que adoro. É um amigo que resolvi convidar para participar. Inicialmente, a gente pensou em fazer uma música minha, que a gente iria escolher quando ele chegasse a BH. Mas acabou que ele deu a ideia de a gente fazer essa música dele, que fez muito sucesso na voz de Daniela Mercury. Ele foi casado com a Daniela, inclusive, e a gente fez a releitura da música. Fez um reggae, e ficou muito bacana. E ainda tem a participação, na percussão, da Lan Lan. A outra releitura é o "Amor Destrambelhado", do Márcio Melo e da Lan Lan. A gente conheceu a Lan Lan na estrada, e a convidei também para participar do disco. E ela deu a ideia de fazer essa música, que só foi gravada pela Cássia Eller. Aí eu resolvi, até em homenagem à Cássia, fazer uma releitura dela. E a terceira releitura é "Falsa Baiana" do Geraldo Pereira, que escolhi exatamente para mostrar esse meu lado mais ligado à música popular brasileira. E resgatar também um momento de quando comecei a tocar, essa coisa de adolescente que ficava seis,sete horas tocando violão sem parar em roda de viola com os amigos de escola. E a gente tocava tudo isso. Tocava samba, tocava rock, tocava Beatles, tocava The Doors, tocava Caetano, Gil, Djavan, João Bosco, João Gilberto... Aí eu resolvi fazer essa releitura da "Falsa Baiana".

Podé, antes de encerrar, queria te pedir um balanço do ano e suas perspectivas para 2016...
2016 vai ser um ano muito importante pra gente. Primeiro, porque o Tianastácia vai fazer 20 anos e a gente está muito feliz com esse momento. Estamos programando um DVD comemorativo, estamos todos muito felizes. A gente sabe o quão difícil é manter uma banda durante tanto tempo, com os mesmos integrantes, e poder viver da nossa arte. É uma coisa que a gente realmente tem que comemorar com muita festa mesmo, com um trabalho bonito. A gente vai fazer em respeito, em gratidão aos fãs e a todas as pessoas que sempre estiveram do lado da gente, como a imprensa e todo mundo que sempre ajudou o Tianastácia. E, junto a isso, agora no final de 2015, estou lançando o disco "Ãnima", sobre o qual conversamos. Para ele, tive o apoio do projeto Claro Experiências. Acho importante a gente falar do apoio, pois a gente sabe como é difícil trabalhar com arte no Brasil. Eu estou muito feliz com esse disco, que retrata bem quem é o Podé Nastácia, esse outro lado meu que às vezes as pessoas não conhecem. Tenho um lado romântico, um lado que fala de amor, não só o amor homem e mulher, mas o amor de amigo, o amor de família. Eu estou muito satisfeito em poder estar comemorando 20 anos de Tianastácia e lançando o meu primeiro trabalho paralelo à banda, que é a minha do coração, a quem eu devo tudo. Tudo o que eu fiz de arte foi ligado ao Tianastácia até então, e continuará sendo eternamente. Vou fazer sempre Tianastácia do mesmo jeito que sempre foi feito. Enfim, estou muito feliz, e, para 2016, tenho perspectivas muito boas. Quero viajar com esse show meu, que tem um formato completamente diferente do Tianastácia até mesmo para que não haja uma confusão na cabeça dos ouvintes, dos fãs. Bem, claro, ele também traz um lado rock, pois eu tenho o rock na veia, não tem jeito. Eu sou roqueiro, graças a Deus, mas tem esse outro lado da música popular brasileira que é muito forte na minha história musical. Durante a semana, eu posso fazer esse show numa quarta e quinta-feira, por exemplo. E às sextas, sábados e domingos, shows com o Tianastácia. Estou muito feliz, 2016 promete muito! Vamos com Deus .

Podé Nastácia – Hoje, 20h, Land Spirit ( KM 7,5, saída para a rodovia BR 356, Olhos D’Água).

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por