Polícia pedirá quebra de sigilos no caso Taís Araújo

Estadão Conteúdo
05/11/2015 às 08:28.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:21
 (Divulgação)

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A Polícia Civil do Rio pedirá à Justiça a quebra do sigilo de cerca de 30 perfis do Facebook, para tentar identificar os autores das ofensas racistas postadas contra a atriz Taís Araújo na noite de sábado passado. A atriz prestou depoimento na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), que instaurou inquérito para investigar o caso. Quem for identificado será indiciado por injúria racial.

A punição pode chegar a quatro anos de prisão - o uso da internet para difundir a ofensa implica em uma agravante. Se for comprovada a articulação entre os responsáveis e ficar caracterizado o crime de formação de quadrilha, a punição pode chegar a oito anos de prisão.

"É algo inadmissível, uma ignorância, uma falta do que fazer. A polícia está deixando de trabalhar em assuntos sérios para investigar uma brincadeira de mau gosto feita contra a atriz. Essa brincadeira tem repercussões criminosas, é um crime grave", afirmou o delegado Alessandro Thiers, responsável pela investigação.

Segundo o delegado, mesmo se algum dos perfis tiver sido apagado será possível identificar de qual computador foi postado, e assim chegar à autoria. Thiers afirmou que, "numa análise rápida", foi constatada a possível ligação entre os ofensores, o que indica a hipótese de formação de quadrilha para a prática de crimes de preconceito.

A atriz não conversou com os jornalistas após prestar depoimento, mas divulgou nota: "Presto depoimento porque sei que meu caso não é isolado e é exatamente o que acontece com milhares de outros negros no País". Ela agradeceu as mensagens de apoio e disse crer que seu trabalho "é a melhor resposta para o preconceito".

Ao compartilhar uma fotografia sua na rede social, Taís foi atacada com comentários racistas em série. Mais de cem pessoas curtiram os insultos. No dia seguinte, a atriz compartilhou no Facebook sua indignação com as ofensas e a disposição de levá-las à polícia. "Não vou me intimidar, tampouco abaixar a cabeça", escreveu.

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