Portadores de síndrome de Down ganham destaque na tela

Paulo Henrique Silva - Do Hoje em Dia
15/08/2012 às 13:10.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:28
 (Itamar Aguiar/Pressphoto)

(Itamar Aguiar/Pressphoto)

O diretor Marcelo Galvão não espera mudar o mundo com o filme “Colegas”, mas pelo menos fazer o público esquecer, por duas horas, do estigma que os portadores de síndrome de Down carregam. Por isso realizou uma história recheada de humor negro em que três garotos fogem de um instituto para viver uma aventura sobre quatro rodas, roubando postos de gasolina e fugindo da polícia pelas estradas brasileiras.

“O filme é exagerado de propósito, até para derrubar preconceitos. Ainda hoje as pessoas têm um grande desconhecimento do que é síndrome de Down. Ficam com receio, mas depois que trocam um papo se surpreendem, querendo ter mais contato”, observa Galvão.

Exibido na noite de segunda-feira (13), o filme recebeu a adesão imediata do público, o que aumenta as expectativas do diretor para o lançamento comercial, em 9 de novembro. “É uma comédia dedicada à família, principalmente ao público infanto-juvenil. É um target interessante, que mais tarde irá formar opinião, embora não seja minha intenção mudar o mundo”, frisa.

A intenção de Galvão é fazer uma espécie de “Os Goonies” (1985) brasileiro, mesclando ação, fantasia e humor. Cinéfilo, o diretor povoou a história com referências a filmes famosos, como “Cidade de Deus”, “Thelma & Louise”, “Assassinos por Natureza”, “Pulp Fiction” e “Blade Runner”. Em um dos tratamentos do roteiro havia muito mais referências. “Depois achei que estava passando da conta, prejudicando a musicalidade dos diálogos”.

Trilha Sonora

Outro destaque é a trilha sonora, com músicas de Raul Seixas, algumas pouco conhecidas (como a versão em inglês de “Asa Branca”). “Para um road movie, achei muito conveniente. Sempre ouvia Raul em minhas viagens”, justifica Galvão, que, apesar das complicações para conseguir os direitos de reprodução com familiares, editoras e gravadoras, só pagou R$ 5 mil pela trilha sonora.

“Claro que pediram um preço astronômico, mas fomos negociando um a um até eles entenderem nossa causa. Acabaram cobrando muito pouco. Mas se tivessem cobrado o que pediram inicialmente, não teríamos começado o filme até agora”, salienta o produtor executivo Marçal Souza.

Leia mais na edição online

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por