Presidente do BDMG Cultural questiona leis de incentivo

Thais Oliveira - Hoje em Dia
07/06/2015 às 10:06.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:22
 (Wesley Rodrigues / Hoje em Dia)

(Wesley Rodrigues / Hoje em Dia)

Tido como celeiro de grandes artistas, o Estado de Minas Gerais vem atravessando um momento difícil no setor cultural. Pode-se dizer que a classe artística está mais aflita, especialmente, desde que o secretário de Estado de Cultura, Ângelo Oswaldo, anunciou, em março, que não seria possível captar verbas por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura – visto que o teto da renúncia fiscal já havia sido batido. Sem enxergar outras saídas, os mineiros vêm assistindo a uma série de atividades sendo descontinuadas devido à falta de recursos.   Para o jornalista e presidente do BDMG Cultural João Paulo Cunha, 56 anos, – o entrevistado do Página Dois de amanhã, no Hoje em Dia –, as leis de incentivo à cultura precisam ser revistas e geridas da maneira mais pública possível. “É importante que o Estado interfira de uma maneira organizadora, democrática e participativa para que os recursos públicos para a cultura sejam colocados exatamente naqueles espaços em que o mercado não dá conta: na arte experimental, na capacidade de desenvolvimento de grupos, na sustentação de determinados projetos que precisam de continuidade”, afirma.   Dependência   Por outro lado, ele questiona a posição da sociedade no sentido de sempre depender do recurso para a promoção de projetos e atividades culturais. “As leis de incentivo viciaram o mercado e as pessoas acham que o único espaço, a única maneira de conseguir produzir, é através da utilização do recurso incentivado por lei. A gente não pode pensar em mecanismos protecionistas e paternalistas, mas dar à sociedade a responsabilidade de manter uma certa sustentabilidade do sistema artístico como um todo”, critica.   Investimento em cultura   Em entrevista, ele diz ainda que as empresas têm que investir mais na cultura mineira e não se valer apenas da renúncia fiscal das leis de incentivo. “Porque, na verdade, elas (as empresas) não estão abrindo mão de nada, pois é um recurso público que precisa ir para a cultura”.    Há dois meses à frente do BDMG Cultural, onde é presidente, Cunha escreve também artigos políticos para o jornal “Brasil de Fato” e faz uma crônica de política semanal para a Rede Minas. Ele é ainda formado em Psicologia, Pedagogia e Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

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