Produzido por Spielberg, filme registra a primeira viagem do homem à Lua

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
08/10/2018 às 08:44.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:51
 (DREAMWORKS/DIVULGAÇÃO)

(DREAMWORKS/DIVULGAÇÃO)

O nome de Steven Spielberg na produção executiva de “O Primeiro Homem”, com estreia nesta quinta-feira nos cinemas, é muito sintomático do trabalho que Damien Chazelle pretende desenvolver no cinema, passando em revista gêneros distintos – e representativos do cinema americano – sem deixar de pôr a sua assinatura.

Se Spielberg foi do palco da guerra (“O Resgate do Soldado Ryan”) à invasão alienígena (“Guerra dos Mundos”) enaltecendo a importância do elo familiar, Chazelle busca em seus filmes, sem perder de vista o entretenimento e o respeito às estruturas ao gênero, enxergar os desvios na trajetória dos personagens.

Antagonistas, questões morais e problemas de toda ordem surgem como um degrau no aprendizado, não necessariamente bom ou ruim, mas fundamental para a compreensão de mundo. Não que “O Primeiro Homem” venha coroar, bem como “Whiplash: Em Busca da Perfeição” (2014) e “La La Land – Cantando Estações” (2016), o american way o life em toda a sua extensão.

As pedras no sapato não deixam de sê-las, mas os protagonistas aprendem a conviver com elas. A história do astronauta Neil Armstrong é a síntese deste pensamento, em que há, no filme, uma simbiose entre o perigo real de se lançar ao espaço e o que se passa dentro de sua mente, em relação à perda de sua filha por câncer.

A vida inesperadamente curta tem relação com a sensação de pequenez diante de algo tão grandioso como o que está além da Terra. A impactante sequência inicial, em que Armstrong participa dos primeiros testes de missões tripuladas ao espaço, no início dos anos de 1960, já nos apresenta esse ambiente frágil.

Assumimos o ponto de vista do astronauta, com o filme compartilhando com o espectador o medo de estar dentro de lata de sardinha sem nenhum traço de aventura romântica. Só vemos os olhos fixos de Armstrong, com a banda sonora somando-se a esta atmosfera aterradora, com barulhos de peças de aço se contorcendo e batendo.

Ao mesmo tempo, a singeleza ao ver a Terra da Lua, na primeira vez que o homem alunissou, em 1968, nos torna sonhadores irremediáveis. Chazelle exibe essa conquista a partir de uma mente que, aberta para o novo, não abandona o que lhe é mais caro, sustentando-se numa atuação vibrante de Ryan Gosling.

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