Projeções artísticas mostram sonhos, cores, pesadelos e crítica social

Elemara Duarte - Hoje em Dia
07/10/2015 às 22:15.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:58
 (Hoje em Dia)

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Quando a noite cai, sonhos e alguns pesadelos – ambos coloridos - começam a passar pela “Passarela Cultural”, no Anexo da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa. Trata-se da instigante obra “Imaginary Kid_Napping”, da artista plástica Brígida Campbell.

A montagem integra a programação do Eletronika 2015, evento aberto nesta quarta-feira (7) e que segue gratuito até 13 de outubro, na Praça da Liberdade.

A palavra “kid”, explica ela, traduzida do inglês significa “garoto”, “criança”. E “napping” é o mesmo que “dormindo”. Porém, juntos, os dois termos significam “sequestro”. E é este desencontro de sentidos que resume a obra.

Pela Passarela flutuam sereias, crianças, mas também, um urso com pescoço de prédio, uma injeção gigante nas costas de um homem, armas... Mas tudo coloridinho, parecendo desenho infantil.

“A ideia é trabalhar os sonhos no espaço público. E aqui é onde as pessoas dormem”, diz Brígida, sobre os moradores de rua que passam a noite sob a marquise. Realmente, naquela situação, os sonhos deles não devem ser dos mais agradáveis.

Como funciona

Os desenhos em movimento saem de cilindros de acetado ilustrados com adesivos – algo semelhante às luminárias giratórias infantis. No meio destas peças há uma lâmpada especial. Um equipamento com um pequeno motor faz o cilindro girar.

Assim, por meio de projeções, os pequenos desenhos aumentam de tamanho sobre o vidro que fecha a passarela, todo forrado com papel vegetal.

A instalação parece exaltar a doçura, mas não é bem assim. As imagens oníricas parecem pequenas, mas para quem olha de fora, são gigantes. É o “sequestro imaginário”, são as ilusões e são também os assombros que a realidade nos oferece todos os dias.

Ao entender as engrenagens de tudo é que a gente se liberta do medo, da retração. Afinal, como diz a sabedoria popular, em certas ocasiões, é possível descobrir que “o monstro não é tão grande quanto se imagina”.

E tudo começa aqui...

 

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