'Projeto Beija-Flor' conquista fãs na internet e exposição pode ser vista até dia 13

Paulo Henrique Silva
07/07/2014 às 07:54.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:17
 (Projeto Beija-Flor)

(Projeto Beija-Flor)

Primeiro foi o turbante azul. Depois, um hibisco vermelho na boca que praticamente escondeu a parte de baixo do seu rosto. Por último, um fundo verde. Sem qualquer compromisso, o fotógrafo Ciro Thielmann trabalhou esses três elementos num autorretrato feito há dois anos e que se tornou ponto de partida para a exposição “Projeto Beija-Flor”, em cartaz no Mercado Distrital do Cruzeiro até o dia 13.   Trabalhando em conjunto com a namorada Maria Navarro, estudante de Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais assim como ele, Thielmann resolveu levar adiante “as muitas possibilidades que esse padrão oferecia”, clicando pessoas em poses semelhantes, mas com cores diferentes. Maria, por exemplo, posou com um girassol em frente a uma parede de tons terrosos.   “O projeto começou a tomar uma proporção maior e, pouco depois, passamos a convidar amigos. Quando criamos uma página no Facebook e uma conta no Tumblr, ele deu uma guinada, surgindo várias pessoas interessadas e que não conhecíamos”, registra Thielmann. Algumas delas já chegavam com uma sugestão de flor que avaliavam ter maior afinidade.     Reprodução   “A única preocupação era a de não repetir a flor. Mas como temos uma grande variedade, isso não aconteceu. Poderia ser até do mesmo tipo, mas as cores não poderiam ser iguais”, destaca Maria. A ideia de fotografar sempre com turbante foi logo “flexibilizada”, concentrando-se nos penteados e nas cores. “Passamos a explorar uma característica especial que combinava com a proposta”.   O título da exposição pode gerar uma associação com o pássaro, mas, na verdade, deve ser entendido como a junção entre as palavras “beija” (de boca) e “flor”. Thielmann sublinha que a flor é uma das ferramentas de reprodução das plantas. “E o beijo é o primeiro ato que induz à reprodução humana. São diferentes maneiras de se reproduzir estampadas na diversidade das fotos”, observa.     Um projeto sem ‘fechamento’   Os curiosos cliques de Maria Navarro e Ciro Thielmann não cessaram após a abertura da exposição na galeria do bar cultural Balaio de Gato, no Mercado Distrital do Cruzeiro, dentro da programação do “Festival Conexão BH”.   A dupla continua fotografando seguindo o mesmo princípio: flor na boca, turbantes ou outro elemento diferente na cabeça e um fundo colorido atrás. “É um projeto que não tem fechamento”, explica Thielmann. Às 30 fotos iniciais já se somaram outras dez, buscando mostrar que as variáveis são infinitas. “É um padrão bem simples e que pode durar o resto da vida”, afirma o fotográfico, que pretende investir num material mais temático.   Uma de suas ideias é percorrer cidades do interior de Minas Gerais e criar uma composição baseada em componentes locais, como incluir uma flor típica da região. Maria acrescenta que outro norte é a variedade etária.   “Não sabemos onde iremos parar”, diverte-se ela. Encerrada a mostra no Mercado do Cruzeiro, eles já aventam outras formas de expor as fotos. Thielmann já imagina um livro, mas não descarta a possibilidade de espalhar plotagens pela cidade. Por enquanto o pensamento do casal está voltado para a realização de um documentário sobre o processo de criação da obra “Meu Samba é Tropical”, do muralista mineiro Thiago Mazza, no Hostel Samba Rooms.  

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