Projeto "Caixa-Estante" leva surpresas literárias para crianças do Vale do Jatobá

Jaqueline da Mata - Hoje em Dia
20/02/2013 às 10:16.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:10
 (Mauricio de Souza)

(Mauricio de Souza)

As dimensões são relativamente pequenas: 60 cm de altura por 50 de largura. Mas, no interior do móvel de madeira, um verdadeiro tesouro: 180 livros que, desde terça-feira (19), permitem às crianças do Centro de Educação Infantil Clara e Francisco de Assis acesso livre ao universo literário infantojuvenil.

Em frente à inusitada caixa de madeira, que se desdobra em duas partes, os olhos brilham e os "pequenos" começam a escolher "quem" levarão para casa: Monteiro Lobato, Ziraldo, Cecília Meireles, Ana Maria Machado, Roberto Simões, Angela Lago, Irmãos Grimm ou Charles Perrault, dentre outros.

Estímulo

Localizada numa das regiões mais carentes de Belo Horizonte, a Vila Pinho, no Vale do Jatobá, a instituição recebeu o serviço de "Caixa-Estante" da Superintendência de Bibliotecas Públicas de Minas Gerais.

O objetivo, como conta a diretora de Extensão e Ação Regionalizada da Secretaria de Cultura de Minas Gerais, Gildete Santos Veloso, é criar demanda de leitura nas instituições atendidas, incentivando-as e apoiando-as na implantação de biblioteca própria. "Durante o período de permanência da caixa no local (cerca de três anos), promovemos ações de estímulo à leitura e acompanhamos a utilização do acervo. Os livros são trocados conforme a demanda", comenta Gildete.

Demanda

Na terça, a empolgação foi ainda maior com a presença da contadora de histórias Beatriz Myrrha. Os pequenos leitores sequer piscavam os olhos: só se mexeram ao receber, de presente, livros e revistinhas da Turma da Mônica. "Gosto da história dos ‘Três Porquinhos’, e quero levar hoje mesmo um livro para casa. E assim que terminar, quero levar outro, e outro...", disse Emanuela Karem de Freitas, 11 anos.

Ela representa as 120 crianças que fazem parte do Centro Clara e Francisco de Assis. Muitas, lembra a coordenadora pedagógica Maria Dalla da Silva, vão ao local também para ter o que comer. "Todas têm famílias, nem sempre os pais. Aqui, onde ficam antes de irem para a escola, participam de oficinas de arte, leitura, pintura e, agora, de literatura".
 
Ao todo, o Estado conta com 15 "Caixas-Estantes", cujos livros são trocados segundo a demanda. "É uma maneira de levarmos o acervo da Biblioteca Estadual a regiões carentes. Dificilmente essas crianças iriam até a Praça da Liberdade, onde está a Biblioteca Luiz de Bessa", diz Gildete.

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