Tatuadores expandem negócios em plena recessão econômica

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
07/04/2016 às 09:56.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:50
 (Flávio Tavares/Hoje em Dia)

(Flávio Tavares/Hoje em Dia)

Tempos de crise e o brasileiro aperta ainda mais o cinto e corta muitos itens do orçamento. Mas quem observar a agenda dos tatuadores mais famosos de BH verá que a arte de colorir a pele é prioridade para muitas pessoas, mesmo não sendo um serviço barato ou até essencial.

Quem confirma que o mercado da tatuagem caminha muito bem é André Matozinhos, dono de um estúdio no bairro Alípio de Melo há 35 anos.
“Nesse momento de crise, reformei o espaço e expandi oferecendo café e butique. Além disso, quero contratar mais dois tatuadores”, afirma o empresário, que fez da tatuagem um negócio de família. “Meu filho, André Felipe, está com a agenda fechada até junho”.

Credibilidade

Matozinhos explica que a busca por profissionais respeitados acontece porque há muitos no mercado que ainda não alcançaram credibilidade. “Hoje tem muita gente comprando máquina de tatuar para fazer um estúdio de fundo de quintal. Isso é um grande perigo, um problema de saúde pública, pois são jovens que não entendem de biossegurança ou anatomia”, explica o tatuador.

No 6º BH Tattoo Festival haverá a segunda edição do concurso Miss BH Tattoo. A expectativa do evento é de receber 12 mil visitantes.

As regras sanitárias são tão importantes para André que ele foi um dos consultores para a definição das regras da Anvisa que regulamentam a profissão. Ele é também um dos responsáveis pela vistoria do BH Tattoo Festival, evento que será realizado na Serraria Souza Pinto de amanhã a domingo, reunindo mais de 400 tatuadores de diversas partes do mundo.
 Flávio Tavares/Hoje em Dia

Clientes não faltam para André Matozinhos nem para outros tatuadores badalados de BH. Freguesia se curva à vaidade e ignora crise



Vaidade

Para Bozó, um dos profissionais mais conhecidos da capital, a tatuagem é prioridade para muitos porque nossa cultura valoriza a vaidade. “Tem gente que deixa de fazer várias coisas para ter o dinheiro da tatuagem. Se for a alguns salões de beleza, também verá grande procura”, observa.

A tatuadora Ana Mendes confirma: a tatuagem é valorizada, assim como tudo que faz parte do mercado da beleza.
“É uma característica do brasileiro, de ter a vaidade como uma coisa importante. As pessoas não só gastam com tatuagem, como também com roupas e beleza”, acredita.

De acordo com ela, a tatuagem se tornou prioridade entre os mais jovens e isso acabou influenciando as gerações anteriores. “Tem muitas pessoas com mais de 40 anos que não têm tatuagem, mas ao conviver com os mais jovens, acabam tendo vontade de fazer. Todo dia tem alguém mais maduro fazendo uma tatuagem pela primeira vez”, conta.

Tendências

Há várias tendências no momento no universo da tatuagem, mas a demanda varia conforme o tatuador.

Antônio Buzuca, por exemplo, é referência na capital mineira quando o assunto é realismo. “Atualmente, estão me procurando muito para tatuar temas religiosos, como Jesus Cristo e a Virgem Maria”, relata.

Para André Matozinhos, o momento é de procura por black work. “Lembra muito o trabalho da década de 1980, quando não tínhamos muito acesso a outras cores. Mas o estilo black volta de forma renovada”.

BH Tattoo Festival na Serraria Souza Pinto (avenida Assis Chateaubriand, 809 – Centro), de sexta a domingo, das 12h às 2h. A partir de R$ 16. R$ 40 o passaporte para três dias

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