Projeto de Niemeyer desafiou designers e arquitetos da Casa Cor

Émile Patrício, do Hoje em Dia
22/09/2013 às 09:41.
Atualizado em 20/11/2021 às 12:38

O grande desafio da 19ª Casa Cor Minas Gerais 2013 foi conciliar a arquitetura modernista da década de 1950 às demandas tecnológicas dos dias atuais. E os 70 profissionais alcançaram com primor tal feito em 44 ambientes. Harmonizaram o antigo com o novo e surpreenderam ao transformar uma histórica casa em reduto da decoração moderna na edição deste ano, aberta ao público no sábado (21).

 
A mostra ocupa pela primeira vez uma casa projetada por Oscar Niemeyer, construída em 1954. Para os participantes, um prazer e o desafio de ambientar o espaço criado pelo grande mestre da arquitetura brasileira. E deu trabalho. O Iphan (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) vistoriou todos os projetos para que a casa, tombada, fosse totalmente preservada. Os arquitetos tiveram que criar em cima do já existente, sem alterar as estruturas originais.
 
Por isso, desta vez a Casa Cor não criou projetos nos banheiros e cozinha. Tais ambientes originais apresentam estrutura técnica limitada e o intuito foi preservar os azulejos e peças da época. Porém, algumas pequenas cozinhas foram recriadas em cômodos menores.


Nenhum traço de Niemeyer foi perdido. Caso da suíte do casal, assinada por Eduarda Corrêa, que adicionou ao ambiente uma parede de madeira freijó, refazendo as famosas curvas do mestre. Houve mescla de épocas. De um lado, xilogravuras de Burle Marx e uma poltrona - relançada por Bernardo Figueiredo- que fez parte da decoração do Palácio do Itamaraty, em 1960. Outro item chama a atenção: a cadeira feita de palha com design retrô, mas totalmente moderna com rodas e regulagem a gás. Do lado oposto, objetos e quadros de artistas contemporâneos.
 
A Casa Cor está aberta à visitação até 22 de outubro na rua Alameda das Palmeiras, nº 444, na Pampulha. São 35 espaços em 5 mil metros quadrados. Os últimos quatro dias são dedicados ao Special Sale, quando objetos, obras de arte, móveis e acessórios estarão com descontos de até 70%. A entrada é R$50 e R$25 (meia).


Tecnologia e criatividade rompem limitações


O maior desafio dos arquitetos da Casa Cor Minas Gerais 2013 foi lidar com os limitados pontos de energia da casa, construída em 1954. Naquela época, não havia a necessidade de vários equipamentos elétricos ligados simultaneamente em um mesmo cômodo. Assim, o high-tech invadiu o projeto de Niemeyer. A solução foi utilizar a tecnologia wi-fi para interligar luzes, equipamentos de áudio e vídeos em um mesmo local. Detalhe: todos comandados por um simples toque no tablet ou notebook, por exemplo.

Foi o caso do quarto “Flávio Venturini”, inspiração do casal Danielle e Gustavo Bellini, que pensaram em um jovem músico. Além dos leds da estante, luminárias, TV, som, foram colocados equipamentos musicais. E nada de fios.

Outra inovação, até mesmo para otimizar os pequenos espaços, se destaca no quarto de uma jovem fotógrafa, assinado pelas designers Patrícia Pires e Fabiola Constantino. Na estante, a TV tem grudada à sua frente um espelho refletante laqueado. Ao desligar o televisor, como em um passe de mágica, o vidro altamente refletor praticamente vira um espelho.
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