Projeto do CCBB quer romper as barreiras entre arte e observador

Jaqueline da Mata - Hoje em Dia
21/10/2013 às 08:56.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:30
 (Anna FTG )

(Anna FTG )

"Feche os olhos e diga o que você escuta". A reportagem do Hoje em Dia assentiu ao convite e foi conduzida a uma sala na qual o som remetia ao fundo do mar. Não sem um certo friozinho na barriga, por não saber o que esperar a partir dali.

E o que seria uma visita "normal" – conhecer o recém-inaugurado Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) da capital mineira, na Praça da Liberdade – acabou se transformando não só em um mergulho na vida e obra dos artistas na exposição em cartaz ("Elles", que se encerra nesta segunda) como também na história do prédio que abrigou, por décadas, a Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais.

A proposta integra o recém-lançado programa "CCBB Educativo", de proposta ambiciosa: romper as barreiras entre arte e observador, a partir de ações diferenciadas, disponíveis dentro da agenda de funcionamento do espaço (de quarta a segunda, das 9 às 21 horas – às terças, o CCBB não abre).

Sem pressa

A cada galeria, o visitante é estimulado a perceber a arte a partir do que ele próprio vê, e não o que é imposto ou direcionado com base em títulos ou explicações. O resultado é uma vontade imensa de percorrer os espaços sem pressa, para não perder detalhe algum. As ações – Visita Mediada (diferente da tradicional, pois não há interferências do guia), Laboratório de Ações Criativas, Contação de Histórias e Visita Teatralizada – são gratuitas.

"A ideia é aguçar todos os sentidos do participante, estimulando uma nova compreensão do mundo por meio da arte em suas mais diversas manifestações. É fazer o visitante sentir a arte", destaca o coordenador de ações educativas Alexandre Diniz.

Ele comenta o quanto são interessantes e ricas as interpretações e os mais diversos comentários sobre a mesma obra. Entre o CCBB do Rio e o de Minas, ele é um dos responsáveis pelo treinamento dos educadores: só em BH são 22, de formações diversas. "É uma troca bastante produtiva", comenta Diniz. Em outros três salões, o visitante é convidado a fazer sua própria obra e trocar ideias e observações.

Na Visita Teatralizada, por exemplo, os mestres de cerimônias, formados em Artes Cênicas, transportam os visitantes ao início do século 20, quando a edificação foi projetada. Cada educador é um personagem: Barão do Café, a Dama dos Anos 20 e o Tocador de Realejo, e cada visita tem o seu traçado e roteiro originais.


Serviço

CCBB (Praça da Liberdade, 450). Visitas gratuitas: 9 às 21 horas, menos às terças-feiras. 3431-9440 e http://,www.bb.com.br

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