Projeto que homenageia as mercearias de BH começa nesta quinta

Da Redação
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02/12/2021 às 11:40.
Atualizado em 08/12/2021 às 01:11
 (BREJO/DIVULGAÇÃO)

(BREJO/DIVULGAÇÃO)

Começa nesta quainta (2) o projeto "Mercearias de Beagá – Circuito Histórico”, que celebra cinco casas em quatro regionais de Belo Horizonte que têm mais de 40 anos de serviços prestados à população da capital mineira.

A curadoria ficou por conta do jornalista gastronômico Daniel Neto, o Nenel. “As mercearias escolhidas para este registro histórico funcionam também como botecos e são parte inerente de suas comunidades”, afirma.

“O objetivo é fomentar uma espécie de roteiro que tenha não somente as cinco, mas que englobe todas as pequenas vendas que ainda sobrevivem”, completa Nenel.

O lançamento deste trabalho de pesquisa e memória a começa com uma expedição gastronômica pelas mercearias guiada por Nenel e com a presença de três convidados: o chef e referência da gastronomia brasileira Ivo Faria; o músico Maurinho Berro d’água, que é ex-vocalista da banda Tianastácia e que hoje está à frente do bar Chopperhead Garage; e a produtora de conteúdos voltados para Belo Horizonte, Virgínia Sasdelli, cuja página, BH Dicas, tem mais de 100 mil seguidores no Instagram.

No final deste circuito, um minidocumentário será exibido em uma vídeo instalação na galeria Espaço Corda, no Mercado Novo. 

As escolhidas

Na Avenida Amazonas, na altura do bairro Nova Suíça, meio escondida de quem encara o pesado trânsito da agitada via, está a Mercearia do Chico.

Ela é um verdadeiro mercadinho em que se encontra de tudo. Tem ratoeira, cerveja gelada, refrigerante em garrafinha de vidro, salsicha em lata, Campari, camisinha e até ração para cachorro. Tudo em um ambiente meio caótico, mas sob total domínio de Chico.

A bucólica Pompeia nos presenteia com a mercearia que já começa bela pelo nome: Pérola do Atlântico. Em funcionamento desde 1956, foi aberta por um casal de portugueses que veio da Ilha da Madeira, cuja beleza inspirou o apelido que dá nome ao negócio.

Na Pérola se encontram hortifrutis e feijão a granel, além de enlatados, cachaças de várias marcas e tira-gostos vindos diretamente de uma pequena estufa.

Já na esquina das ruas Mariana e Pedro Lessa, no bairro Santo André, encontra-se o Bar e Café Cristal, uma espécie de cápsula do tempo que nos leva a um passado longínquo, para ser mais exato, aos anos 1950. Isso porque este portentoso estabelecimento está quase intocado desde então. 

Atrás do velho balcão de fórmica vermelho está, há 28 anos, Leonardo Jorge Barbosa. Ele aprendeu o ofício com o pai, Onésimo, que comprou a mercearia de um tio em 1971, após 11 anos trabalhando como empregado no local, que ainda se chamava Bar Expedicionário.

Indo para a região Noroeste da capital mineira, no bairro Aparecida, está o histórico Armazém do Zé Totó, pequeno e bravo comércio que resiste à pasteurização do mundo desde 1943. Por lá, é possível comprar cerveja gelada, vela de quinze dias, queijinho, mortadela, filme para máquina de retrato, tiras avulsas de chinelo Havaiana, cigarro picado, biscoito recheado e por aí vai.

Do alto de seus 91 anos, o sábio José Alves dos Santos, o Zé Totó, se orgulha de seu legado, hoje por conta de seu neto Vinícius.

A quinta e não menos importante mercearia chama-se Zé Correia e está no bairro Cachoeirinha. Aberta em 1963, tem como forte os frios e queijos de primeira qualidade, que também podem ser servidos no local.

Os preços dos produtos não fazem feio diante de grandes supermercados. Para petiscar, Nenel indica o lombinho defumado com queijo prato derretido e orégano.

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