Pterodátilos: Marco Nanini em um espetáculo "de fazer doer o estômago"

Miguel Anunciação - Do Hoje em Dia
28/06/2012 às 09:00.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:09
 (Carol Sachs/Divulgação)

(Carol Sachs/Divulgação)

Um ator extraordinário vem a Belo Horizonte novamente. E como se não bastasse a visita, tão importante, Marco Nanini, 64 anos completados mês passado, ainda encabeça o elenco da peça “Pterodátilos”, produção especialmente distinguida por uma porção de prêmios e indicações, em contrapartida às suas notáveis qualidades.

A atração, que ocupa o palco do Sesc Palladium, só amanhã e depois, pratica R$ 70 (ou R$ 35, no caso da meia-entrada) por ingresso, valor bastante em conta se considerarmos o quilate do programa. Não perca.

45 anos de palco

Com esta montagem, Marco Nanini comemora 45 anos de uma carreira vitoriosa, plena de trabalhos admiráveis no teatro, na televisão e no cinema – que qualquer espectador medianamente atento guarda alguns exemplares, para sempre, na memória.

Excepcionalmente orientado pelo que pode haver de mais artístico na sua profissão, neste trabalho o grande ator revisita uma obra poderosa e controversa. Escrito pelo norte-americano Nick Silver, “Pterodátilos” foi um dos dois textos do autor interpretados por Nanini em “Os Solitários”, de 2002.

Em cena, o retrato mordaz de uma família consumista e (por isso mesmo) em parafuso, de figuras psicologicamente à deriva, prioritariamente guiadas pelo poder de compra de seus cartões de crédito. Trata-se de uma pintura realista do Brasil atual, no qual gastos com itens de luxo cresceriam 20%/ano (em países do Primeiro Mundo cresceriam 4%).

Dupla jornada

Diretor tanto de “Os Solitários” quanto de “Pterodátilos”, o sofisticado Felipe Hirsch buscou acréscimos afins em outras obras de Silver para adensar esta releitura, que estreou no início do ano passado, e que há tempos era tão desejada. Unanimemente: por Nanini, por Hirsch, pelo parceiro e produtor de Nanini há 24 anos, Fernando Libonati.

Na trama, Nanini interpreta pai e filha, papéis diametralmente opostos, o que lhe exigiria agitado entra-e-sai nos bastidores. Mas fichinha comparado ao que encarava em “Irma Vap”, parceria de cena com Ney Latorraca, um dos maiores fenômenos de longevidade e bilheteria do teatro brasileiro em todos os tempos.

Leia mais sobre a peça de Nanini na Edição Digital do Hoje em Dia.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por