Rafael Cortez e os talentos que prometem comandar a TV brasileira

Altino Filho - Hoje em Dia
22/04/2013 às 14:59.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:02

O apresentador Rafael Cortez passou seu último réveillon acompanhado dos colegas Marcelo Adnet e Dani Calabresa. Na virada do ano, os três se lembraram que 2013 marcaria um período de mudanças. Adnet sairia da MTV para um novo desafio: ajudar a Globo em seu esforço de levantar (em qualidade) a grade de humorísticos. Há muito a emissora carioca queria tê-lo em seus quadros mas sabendo do engessamento que lhe provocaria, Adnet acabou recusando o convite duas vezes. No final de 2012, cedeu. Assim como Calabresa, que saiu da mesma MTV para integrar o "CQC", da Band.

O jornalista Rafael Cortez, que também é ator, fez um caminho diferente; não necessariamente inverso. Cortez deixou seus velhos amigos do "CQC" – "a gente se encontra direto, somos amigos mesmo!" - e sua conquistada zona de conforto (depois de cinco anos de programa) para ser o host da nova atração da Record: o "Got Talent Brasil". "Eu acho bacana este formato. Por mais que eu não goste de um ou outro estilo específico eu consigo ver a importância disso para as pessoas. Elas estão ali tentando a sorte, se atirando. Exatamente como eu, que me vejo tentando também, indo à luta", disse Rafael em sua passagem meteórica por Belo Horizonte na última terça-feira (16).

Regulamento

O "Got Talent Brasil" estreou no dia 2 de abril e terá 16 episódios. A ideia é que os candidatos conquistem Sidney Magal, Daniela Cicarelli e Milton Cunha – este último apresentado sempre como o "carnavalesco" Milton Cunha e já tido como o mais severo da banca. Isso tudo em apenas 3 minutos. Se houver 3 toques de X (que significa "não gostei"), o candidato é interrompido e a apresentação imediatamente encerrada.

Mas se as luzes do X não se acenderem, a apresentação poderá ir até o fim. Após esse período de "audições", os aprovados pelos jurados se apresentam ao vivo na fase "shows". É aí que o público entra efetivamente, participando de uma votação ao vivo. Essa é a parte mais acirrada e complicada para os futuros artistas. Quem vencer todas as etapas leva para casa o prêmio de 200 mil reais, além do carimbo de cantor, ou artista, profissional.

"Mineiro é muito tradicional", diz Rafael Cortez sobre público

"Quando fui contratado para o 'Got Talent', a direção ainda estava procurando os 3 jurados. Eu cheguei a indicar a Baby do Brasil mas por algum motivo eles não conseguiram fechar com ela. A primeira vez que o nome Sidney Magal foi citado, eu já pulei da cadeira e dei a maior força. Fiquei feliz quando ele aceitou o convite. O Milton Cunha eu não conhecia mas já está fazendo o maior sucesso, ele é muito criterioso, por isso já pegou a fama de mal. Já a Daniela (Cicarelli) é minha velha conhecida, trabalhamos juntos e o Brasil a conhece faz bastante tempo", resume Cortez.

O pai de Rafael é primo do falecido ator Raul Cortez. "Eu vi o Raul uma vez na minha vida durante um enterro de um parente. Quando ele chegou, todo mundo esqueceu do caixão e se voltou para ele, até minha avó chamar a atenção de todos. 'Ei gente, o morto está aqui'", recorda, divertido, o apresentador. "Saiu um monte de inverdades na imprensa quando cheguei aqui na Record. Umas até interessantes dizendo que eu iria ganhar R$ 300 mil por mês. Não ganho isso, nem R$ 150 mil, nem posso dizer exatamente quanto. É bem menos, porém um bom salário. Não vim para a Record pela grana. Mas a Record dá mais audiência do que a Band. Estou feliz e isso é o que interessa".

O paulistano Rafael Cortez é jornalista, ator e também músico. Ele lançou em 2005 o álbum "Solo" e, em 2011, o disco "Elegia da Alma", ambos independentes, com composições próprias para violão instrumental solo. E é isso mesmo: Rafael estudou violão clássico e, sempre que tem tempo, passa uma boa parte do dia praticando o instrumento.

O seu espetáculo de humor, que leva o nome "De Tudo Um Pouco", está em turnê permanente desde 2009. "Já notei que o mineiro é muito tradicional, bem conservador mesmo. No meu show sempre tem aquela parte da sacanagem, que a gente fala sobre sexo, e eu inventei um quadro que se chama "Os sons do sexo". E toda vez que fazia esse quadro em alguma cidade de Minas, eu sentia que as pessoas ficavam um pouco constrangidas, com um riso nervoso, uma falta de graça, aí eu acabei substituindo esse pedaço por outro mais tranquilo para Minas Gerais", conta Cortez.

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