Reinventada: mesmo sem hino na Copa, Shakira tem holofotes ao apostar no reggaeton

Jéssica Malta
jcouto@hojeemdia.com.br
18/06/2018 às 06:00.
Atualizado em 10/11/2021 às 00:47
 (Reprodução/Instagram)

(Reprodução/Instagram)

Apesar de o clamor ter sido intenso na internet – afinal, Shakira foi dona dos hits das duas últimas edições da Copa do Mundo – não há indícios de que ela faça o mesmo neste campeonato. Porém, isso não significa deixar de alimentar os fãs mais ávidos por novos materiais. 

Apostando em uma parceria que tem rendido belos frutos, a colombiana se juntou mais uma vez ao conterrâneo Maluma e lançou, no último dia 8, o reggaeton “Clandestino”. 

Com lista que já se alonga em torno do estilo musical – caracterizado pela batida latina marcante, rimas e mistura das línguas inglesa e espanhola nas letras –, a cantora acabou dividindo a opinião de críticos musicais. 

Shakira ganhou o mundo com “Pies Descalzos”, de 1995, mas a estreia foi em 1990, aos 13 anos, com o álbum “Magia”

Embora tenha angariado bilhões de reproduções no YouTube, a estratégia fez com que a identidade musical de Shakira fosse questionada, principalmente por ter dado preferência ao reggaeton no último álbum, “El Dorado”, lançado em 2017. 

Para Valmique Júnior, editor-chefe do portal mineiro de entretenimento Muza, especialista em cultura LGBT, a relação de Shakira com ritmos latinos é a base de toda a trajetória dela. 

“A persona da Shakira é essa: juntar a música pop com a música latina”, pondera. Segundo ele, a identidade da cantora permanece intacta. “Você escuta uma canção dela e de cara reconhece. Existe unidade entre trabalhos”, afirma. 

  

Das antigas

Mesmo que a aposta no reggaeton seja mais evidente nas canções recentes dela, a relação com o ritmo já vem de outros carnavais. Antes da explosão de “Despacito”, de Luis Fonsi, que projetou o gênero mundialmente, Shakira já havia abraçado o estilo. 

Em 2005, lançou, ao lado de Alejandro Sanz, “La Tortura”, que penetrou até mesmo o difícil mercado norte-americano, figurando no 23º lugar no ranking mais importante do país, o Billboard Hot 100. 

  

Ainda que faça parte do histórico musical da colombiana, a opção pelo reggaeton também é justificada mercadologicamente – para Valmique Júnior, sem prejuízo para a qualidade.

“A Shakira é como uma espécie de Madonna da música latina, tanto pela longevidade da carreira, com mais de 25 anos, quanto pela força do nome. Como uma figura do mundo pop, ela precisa sempre se reinventar”, argumenta. 

De acordo com Júnior, absorver tendências do momento para manter a longevidade é um caminho para artistas como ela atualizarem o ritmo. 

“As músicas dela têm sido um sucesso. Neste ano, ganhou tanto o Grammy Latino quanto o Grammy. Agora, está em turnê pela Europa. Todos esses são sinais de que, embora esteja sendo criticada, está fazendo boas escolhas”, acredita. 

  

Fãs defendem ‘nova era’ musical da colombiana 

Se existe uma parcela que se coloca a favor dos rumos tomados por Shakira, ela é o público. Não por acaso, os reggaetons lançados pela colombiana têm sido sucesso absoluto nas plataformas de streaming e alcançado números astronômicos no YouTube. 

A psicóloga Ananda Silva, 28 anos, fã declarada da artista e que até mesmo já a conheceu pessoalmente – episódio que, garante, superou todas as expectativas – faz parte do grupo que defende a “nova fase” de Shakira. “A parceria com o Maluma deu muito certo. Essa nova música chegou de repente e todos os fãs já gostaram”, conta. 

Ela ressalta que o reggaeton não é o primeiro e nem o único ritmo trabalhado por Shakira. Para a fã, é justamente nessa versatilidade que está uma das principais forças da cantora. “Desde os primeiros discos, é possível encontrar estilos completamente diferentes, como rock, tango, bachata, dentre outros”, enumera. 

“A cada novo trabalho, ela costuma trazer algo diferente. Essa diversidade mostra o quanto é talentosa. São poucos artistas que se atrevem a sair da zona de conforto, mas tem dado certo. Tanto que mantém carreira sólida”, diz. 
 

 Positiva

Outro que defende o caminho trilhado pela colombiana é o designer gráfico Vinícius Mariano, de 31 anos, fã que a acompanha desde o início da carreira. Para ele, a aposta no reggaeton é positiva, prova de ela está sempre buscando inovar.

“Independentemente do estilo do artista, é necessário seguir o que agrada o público no momento”, pondera. “Se você olhar os lançamentos recentes na música pop, todos seguem o mesmo formato. O que agrada as pessoas muda com o tempo e ela está certa em ‘seguir a onda’, sempre se atualizando”, sublinha. Editoria de Arte

Clique para ampliar

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por