Retrato de Aleijadinho deixa BH para balizar acervo do Museu de Congonhas

Elemara Duarte - Hoje em Dia
18/11/2015 às 07:57.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:31
 (Wesley Rodrigues)

(Wesley Rodrigues)

Até segunda ordem, o pequeno retrato que ilustra esta matéria é o de Antônio Francisco Lisboa, o escultor e arquiteto Aleijadinho. E nesta quarta (18), no Dia do Barroco Mineiro, data referente ao dia da morte do artista, a pintura será reverenciada em evento na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e, em dezembro, seguirá do Museu Mineiro, onde está exposta, em Belo Horizonte, para Congonhas – onde será inaugurado o Museu de Congonhas.

Aleijadinho nasceu provavelmente em 1738 e teria morrido em 18 de novembro de 1814, segundo certidão de óbito. O retrato porém, foi feito no século 19, depois que Aleijadinho morreu. É um “óleo sobre pergaminho”, pintado por Euclásio Penna Ventura.

Vários donos

A imagem foi adquirida por vários antiquários até ser doada ao acervo do Arquivo Público Mineiro, já no século 20. Há pesquisas que apontam que ela teria pertencido à Casa dos Milagres de Congonhas.

Nesta quarta (18), será oficializada a cessão do retrato ao seu local de origem. “O museu vai contar a história do Santuário do Bom Jesus (de Matosinhos), em Congonhas, a presença do Aleijadinho e a arte da pedra”, justifica o secretário de Estado de Cultura, Angelo Oswaldo.

Didaticamente

“É um retrato sólido do Aleijadinho. Foi encontrado em Congonhas. Será uma peça muito importante na fase de implantação deste museu. Congonhas precisava deste Museu para introduzir o visitante no universo do santuário”, acrescenta o secretário.

Ele acredita que o visitante vai visitar o santuário e os famosos profetas esculpidos por Aleijadinho “com outros olhos” após passar pelo novo museu.

Com cuidado

Nesta semana, o historiador da Superintendência de Museus e Artes Visuais da Secretaria de Estado de Cultura, Vinícius Duarte, acompanhava, junto a técnicos, a retirada da peça da área de exposição do Museu Mineiro, a fim de ser embalada de acordo com as normas técnicas, antes de seguir para Congonhas.

“Essa obra é muito reproduzida em livros didáticos do Brasil inteiro. Não existe uma referência de como era o rosto de Aleijadinho”, explica. O historiador compara que a imagem em questão é como o retrato de Tiradentes que todos conhecemos – provavelmente de longos cabelos e barba. “Mas é o que é reconhecido”, frisa.

O evento na ALMG será realizado quarta (18), às 16h, no Salão Nobre, em sessão que comemora o Dia do Barroco Mineiro. Na ocasião, será formalizada a cessão da obra “Retrato de Aleijadinho”.

O quadro causou polêmica entre historiadores. Em 1972, a ALMG promulgou a Lei nº 5.984, considerando-o como efígie oficial do artista

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