'Retrospectiva' da música mineira em abril: confira 5 lançamentos do mês que talvez você não ouviu

Thiago Prata
@ThiagoPrata7
29/04/2020 às 16:54.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:23
 (Pedro Veneroso/Divulgação)

(Pedro Veneroso/Divulgação)

O isolamento social causou o adiamento de shows, mas não impediu o lançamento de material de músicos da Grande BH. Em abril, não faltaram obras relevantes e de qualidade, mas algumas delas podem ter passado despercebidas do público.

Então, para essas pessoas, o Almanaque preparou uma lista com cinco nomes do cenário mineiro, de diferentes esferas do nosso cancioneiro, que soltaram singles ou álbuns neste mês e que, curiosamente, dialogam com o período atual (e vão além). Confira abaixo uma 'retrospectiva' desses 30 dias.

Last ConsciousLast Conscious/Divulgação

Banda de death/thrash metal oriunda de Santa Luzia, formada em 2015 e com um EP ("Damn Thoughts", de 2017) e um single ("Political Loathing", de 2018) na bagagem, o Last Conscious disponibilizou no início deste mês seu primeiro full-length. Intitulado "Psychological Torture", o disco traz dez faixas que vão agradar em cheio os ouvidos de quem aprecia o estilo.

"Continuamos a explorar a temática da filosofia e da psicologia, só que de uma forma mais profunda. As letras ficaram mais reflexivas e interpretativas, buscando uma reflexão filosófica pessoal a cada ouvinte. Exploramos também mais linhas melódicas nos instrumentais de forma mais cadenciada e densa. O álbum traz um amadurecimento da banda tanto lírico quanto instrumental, e isso nos deixa muito felizes", descreve o guitarrista Fabiano Borges. A banda é completada por Gustavo Timóteo (vocal), Jefferson Soares (guitarra), Aed Vieira (baixo) e Lu Borges (bateria).

Bia NogueiraPaulo Abreu/Divulgação

Cantora, atriz, produtora... São várias as facetas de Bia Nogueira, uma das principais artistas da atualidade em Minas e que volta a destilar seu talento em uma aliança de grande porte. Se em 2018, ela lançou o álbum "Diversa", neste ano colocará nas prateleiras digitais o disco "Eletronika", com remixes do trabalho anterior e parcerias com Barulhista.

Antes disso, ela disponibilizou neste mês a segunda música deste projeto, "Retrovisor", composta com Barulhista e que conta com um videoclipe. Um aperitivo e tanto para quem curte uma mistura de MPB, música eletrônica e ritmos afromineiros.

Sara Não Tem NomePedro Veneroso/Divulgação

Conhecida por flutuar e transitar por MPB, indie rock, folk, pop e outros gêneros musicais, Sara Não Tem Nome lançou no dia 22 de abril a música "Agora". "Será que o mercado vai lavar suas mãos invisíveis?/ Ninguém segura na mão de ninguém" são os trechos iniciais da letra inteligente e reflexiva desta composição.

"Fiz a música no dia em que estava lendo várias notícias, memes e informações sobre a pandemia no mundo. Me deu muito desespero e angústia ver os precedentes e tudo o que estava acontecendo, principalmente no Brasil. Comecei a escrever sobre o que eu estava refletindo, e surgiu quase que um vômito, uma vontade de colocar para fora raiva, indignação, vários sentimentos" descreve a artista, que fez sua estreia em 2015, com o álbum "Ômega III. O próximo disco será intitulado “A situação”, ainda sem data prevista.

NauseaNatália Bandera/João Carvalho/Divulgação

Experimente juntar Bruna Vilela (ex-Miêta, Agreste), João Carvalho (El Toro Fuerte, Sentidor, Rio Sem Nome) e Marcela Lopes (ex-Miêta, Agreste, Polly Terror), nomes importantes da música alternativa. O resultado: o Nausea, projeto eletrônico e que vem trabalhando desde o ano passado para soltar seu EP de estreia, "A Mola Mestra da Cura". Mas o primeiro fruto dessa união, o single "Tarde Demais", já pode ser conferido.

A faixa e o álbum que está por vir se conectam, de certa forma, com o contexto atual de isolamento social. Ou seja, prepara-se para uma interessante viagem musical e lírica. "Nesta música, que lançamos com lyric video feito pelo João, experimentamos uma estrutura narrativa que brinca com o jazz contemporâneo e a nova-psicodelia, com elementos eletrônicos. O lyric video foi feito em 3D Fractal, e confere uma lisergia à dinâmica das imagens criadas pela letra, compondo a proposta expressiva que buscamos com este trabalho. Os versos 'Eu mordo a isca e cê me segura/ Eu acho tão familiar esse monte de nada que você me da/ É tão aconchegante esse desconforto' abordam o gozo encontrado na familiaridade do vazio de relações afetivamente unilaterais", afirma o grupo.

 KorözyonReprodução/YouTube

Contando com dois membros do Drowned (o vocalista Fernando Lima e o guitarrista Marcos Amorim), um ex-membro da banda de thrash/death de BH (o baixista Rodrigo Nunes) e o baterista Henrique Lima, o Korözyon soltou no último dia 27 o lyric video para o single "Veneno dos Porcos". O som traz uma mistura de diversos subgêneros do metal, e a letra, uma forte crítica, como destaca Amorim.

"Na verdade, a gente não espera muito do projeto (risos). Não estamos criando grandes expectativas. Se não tivesse essa pandemia a gente iria circular, fazer shows, mas sem obrigação de ser a última bolacha do pacote (risos). A ideia era fazer um som diferente das nossas bandas de origem. Queríamos que fosse pesado. Não sei classificar muito bem o que é, mas está na casa do metal. E optamos pelo idioma em português, porque soou bem ao som que fazemos", disse o guitarrista, que explicou ainda que o nome da banda é "corrosão" em turco, só que com a "trema" no "O", inspirado no Motörhead.

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