(Patrick Arley/Divulgação)
Não foi por acaso que os congadeiros abraçaram a música de Sérgio Pererê.Com mãe benzedeira e avós brincantes da marujada, o cantor e compositor mineiro cresceu envolto à cultura popular. “Com os anos, vi que os congados começaram a identificar minha música como deles, pois é mesmo um universo muito presente na minha poesia”, conta Pererê, que quis devolver a admiração aos congadeiros no projeto “Aparecida, Reinos Negros”. Trata-se de um caprichado registro fonográfico da música do congado mineiro, que será lançado neste sábado (22), na Funarte.
Em suas 29 faixas, o disco – que tem participações de Chico César, Maurício Tizumba, Fabiana Cozza e Pereira da Viola –, reúne os reinados da Guarda de Moçambique e Congo Nossa Senhora do Rosário e Sagrado Coração de Jesus (Irmandade Os Carolinos), da Guarda de Congo Feminino Nossa Senhora do Rosário e da Guarda de Moçambique do Divino Espírito Santo do Reino de São Benedito. “São guardas com as quais tenho umarelação intensa. Não é um projeto de fora para dentro do congado”, explica o artista.
Pererê conta que a ideia partiu da observação de que faltava um registro em disco, de boa qualidade, dos reinados de congado. “É um sonho meu, de muitos anos, trazer o congado para dentro do estúdio. Os registros de congado geralmente são feitos ao vivo e deixam a desejar. Queria uma gravação em que o congadeiro ouvisse o som de seus tambores equalizados, em que as vozes fossem bem gravadas”, pontua, ressaltando que encontro dos congadeiros no estúdio foi uma experiência mágica e transformadora.
No lançamento do disco, Pererê apresenta um show solo, com a presença dos congadeiros, que depois saem em cortejo pela área externa da Funarte. “Para quem não conhece a festa congadeira, vai ser uma grande chance”, instiga.
Serviço: Lançamento do disco “Aparecida, Reinos Negros”. Show de Sérgio Pererê e cortejo de congado. Sábado (22), às 19h, na Funarte (Rua Januária, 68, Centro). Ingressos: R$ 10.