Série 'The Witcher' traz saga de bruxo mutante cuja lenda pode agradar até quem não é geek

Paulo Henrique Silva
23/12/2019 às 09:58.
Atualizado em 05/09/2021 às 23:07
 (Divulgação)

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A série “The Witcher” chegou ao site de streaming Netflix com a expectativa de fazer a história do bruxo mutante Geralt deixar a bolha do mundo geek, formada por fãs de literatura de fantasia e jogadores de videogame, e se tornar um fenômeno à altura de “Game of Thrones”, produção da HBO que apresentou complexo e violento universo com reinos antigos, monstros e muita magia, além de questões morais e políticas.

A grande diferença em relação à “saga do bruxo” – lançada em 1986 e escrita pelo polonês Andrzej Sapwoski – e seus congêneres está no forte protagonismo feminino. Apesar de Geralt ser o personagem principal, as mulheres têm participação determinante nos rumos da história, em especial a maga Yennefer e a princesa Ciri, com quem o bruxo só irá se encontrar nos momentos derradeiros dos oito episódios.

Mudança importante na narrativa, em relação ao texto original, foi a antecipação da entrada das duas personagens. Se a trama antes se dedicava a apresentar, de maneira linear, o arco dramático do mutante vivido por Henry Cavill (conhecido por ser o atual detentor da capa do Superman), agora há três núcleos desenvolvidos paralelamente e em tempos diferentes, costurados de forma orgânica.

Se há algo em comum entre estes personagens é, além do fato de não pertencerem à raça humana, a busca pela compreensão do papel deles na grande história que está sendo traçada. Neste sentido, “The Witcher” lembra muito “O Senhor dos Anéis”, em que o destino parece determinar todos os acontecimentos e os personagens, embora inicialmente frágeis e desinteressados, serão conduzidos para uma tomada de posição.

Geralt tenta se manter isento dos jogos políticos, reservando-se a matar monstros em troca de dinheiro, como espécie de mercenário, e este olhar mais distante pautará o espectador, envolvendo-o na trama de intriga e mistério à medida que o mutante não vê alternativa a não ser escolher um lado, enquanto Yennefer e Ciri nos ajudam a compreender os outros elementos importantes da narrativa.

Embora recheado de cenas de lutas e mortes, “The Witcher” não é tão violento como “Game of Thrones”. O visual é mais escuro, com boa parte das cenas acontecendo à noite, na floresta, ou nos interiores de castelos. Este clima mais pesado é fundamental para nos levar a um cenário de mudanças drásticas que estão prestes a ocorrer e em que os três protagonistas terão papel fundamental para o caminho da salvação.

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